A Santa Casa de pretende apresentar nesta sexta-feira (4), em reunião com o corpo clínico do hospital, uma planilha do que espera receber de recursos do Governo do Estado e do Município. A reunião também servirá para que a diretoria apresente uma proposta de mudar de banco e renegociar as dívidas que somam R$ 140 milhões, já somados juros junto à Econômica Federal.

A situação financeira em decorrência da falta de recursos fez com que o hospital atrasasse em pelo menos dois meses os salários dos médicos e três meses para médicos de pessoas jurídicas. A ideia inicial é que a Santa Casa busque um empréstimo de aproximadamente R$ 11 milhões para quitar esses atrasos salariais.

“Estamos trabalhando com essa ideia também, vários foram consultados, mas nós precisamos fazer uma operação sempre com substituição de parcelas que nós devemos hoje”, explicou o presidente da Santa Casa, Dr. Esacheu Nascimento.

“Nós estamos com muita dificuldade de receber [recursos] do Governo do Estado e também do Município. Eles têm alegado falta de caixa e os serviços estão sendo realizados com um número de pacientes muito grande, sempre em torno de 500 pacientes por dia internados aqui e esses recursos têm feito falta”. De acordo com Esacheu, a expectativa é que a situação dos repasses dos recursos seja solucionada na próxima semana.

A possibilidade de mudar de banco é uma alternativa do hospital que reclama dos altos juros impostos pela Caixa Econômica e que estariam prejudicando o fluxo de caixa. A intenção do presidente da Santa Casa é procurar novas instituições que aceitem negociar e repactuar os contratos já existentes com a agência, na tentativa de colocar os juros dentro dos índices de mercado que estão sendo praticados atualmente.

“No geral, o que nós estamos tentando é buscar um empréstimo que possa fazer a portabilidade das dívidas com a Caixa com um índice mais baixos de juros”, disse Esacheu Nascimento. Ele foi além e exemplificou que os juros não só comprometem os recursos da Santa Casa, mas também dos demais hospitais do setor filantrópico que estão com uma dívida exorbitante com diversos bancos.

“Os hospitais de do setor filantrópico devem hoje aos bancos cerca de R$ 500 milhões. É uma situação difícil, porque o dinheiro não é decorrente de má gestão, é justamente porque o poder público paga menos do que nós gastamos efetivamente para atender o paciente dos SUS”.