da Reme (Rede Municipal de Ensino) que atuam como APE (Auxiliar Pedagógico Especializado) no atendimento a alunos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) reclamam de um processo seletivo para AEI (Assistente Educacional Inclusivo), que foram convocados a participar.

Conforme edital publicado na sexta-feira (29), 200 vagas foram disponibilizadas para o cargo de assistente. Denúncias apontam que técnicos da Semed (Secretaria Municipal de Educação) estariam coagindo os APEs a participarem do processo seletivo. Com isso, o salário dos profissionais que é R$ 3,2 mil cairia para R$ 1,9 mil, e a carga horária aumentaria de 20, para 40 horas semanais.

“Os técnicos disseram que se nós não participássemos da seleção ficaríamos sem alunos, ou seja, desempregados. Eu entendo isso como coação, já que estavam nos pressionando a participar de um processo seletivo onde os quesitos exigidos eram inferiores aos que nós temos”, conta uma professora que prefere não se identificar.

Ainda na sexta-feira, à tarde, a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) confrontou a Semed sobre alguns itens do edital que, em seguida, foi revogado. Após reunião, conforme os professores, o Prefeito afirmou que não daria prosseguimento na demanda, mas na manhã desta terça-feira (2), o edital foi publicado novamente.

“Foi uma surpresa, pois na reunião o prefeito disse que não lançaria esse edital. A diferença é que os técnicos da Semed não estão nos pressionando mais e alguns itens foram modificados. Parece uma jogada da Prefeitura para economizar, pois eles teriam APEs atuando como AEIs. É uma desvalorização do profissional, pois o APE, além de ter um curso superior, tem especialização na área e conhecimento pedagógico”, reclama.

Por nota, a Semed informou que edital publicado no Diogrande de sexta-feira, foi cancelado e republicado nesta terça-feira para a realização de correções. “A Semed ressalta que nunca houve pressão para que os APEs participem do processo seletivo que será aberto nesta quarta-feira, até porque a maioria dos APEs não possuí o curso de Magistério ou Normal Médio, exigido no edital do referido processo seletivo, republicado nesta terça-feira.”

“A maioria dos APEs, ao concluírem o Ensino Médio, ingressam diretamente no ensino superior.  A LDB (Lei de Diretrizes e Base) da Educação Nacional permite a contratação de professores com formação em Nível Médio ou Superior. Estes profissionais ficarão em um cadastro reserva para suprir, quando necessário, as demandas relacionadas aos alunos com deficiência de baixo comprometimento”, afirmou a Semed.