Os moradores da ocupação Samambaia foram à Câmara Municipal de nesta terça-feira (26) para pedir ajuda dos vereadores. Cerca de 470 famílias estão na iminência de um despejo e pedem que os vereadores ajudem a cobrar a desapropriação do local, que é um terreno privado. Segundo eles, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) prometeu que daria moradia à comunidade.

Prestes a serem despejados, moradores do Samambaia pedem ajuda de vereadores
Edna afirma que prefeito prometeu moradia às famílias. (Foto: Richelieu Pereira)

A presidente da Comissão de Mulheres da Ocupação do Clube Samambaia, Edna Maria Cândido, usou a tribuna na Câmara para apontar as reivindicações dos moradores. Ela pede ajuda e conta que a comunidade pode ser expulsa da área a qualquer momento. “Estamos na iminência de uma reintegração de posse”, lamenta.

Segundo ela, os vereadores devem cobrar a promessa feita pelo prefeito em uma audiência pública no ano passado. Ele disse que faria a desapropriação do terreno e que todos deveriam ficar tranquilos. “Estamos indo para o enfrentamento, judicialmente a gente já perdeu. Nossa luta é política”. Ela ainda reclamou das cobranças abusivas nas contas de energia elétrica, já que mesmo nas casas humildes, a conta chegou a R$ 1 mil.

O líder do prefeito na Câmara, o vereador Chiquinho Telles (PSD), pontuou que a área é particular e que o dono do terreno pediu R$ 30 milhões à Prefeitura. Segundo ele, mesmo que houvesse um acordo, não há garantia de que as famílias pudessem permanecer, já que o Ministério Público determina a prioridade de quem está na fila da Emha (Agência Municipal de Habitação). “Talvez vocês não sejam contemplados”, disse.

Já o vereador Carlão (PSB) destacou que vereadores não podem fazer muito. A Câmara não tem competência para assuntos como o de compra de áreas para habitação.

A ocupação

A área foi ocupada em dezembro de 2016 e tem cerca de 18 hectares e fica nas localidades da Avenida dos Cafezais, no Bairro Los Angeles, onde funcionou o clube Samambaia, entre os anos de 1980 e 2005. No fim de novembro, uma liminar que permitia a moradia das famílias caiu e eles devem deixar a área.

O prefeito Marquinhos Trad até disse que iria avaliar a desapropriação do local para que as famílias permaneçam morando lá, mas lei vigente da Emha (Agência Municipal de Habitação) impede que isso aconteça. Isso porque, a atual lei estabelece que as moradias são distribuídas por sorteio e as famílias que estão no local podem “furar fila” de quem já espera por casa própria. Desta forma, se Prefeitura Municipal comprasse, de fato, o terreno, as famílias ainda deveriam deixar o local.