A 18° edição da Parada da Cidadania e Show da Diversidade de Campo Grande, que neste ano tem como tema “Sim, LGBTfobia é crime”, deve reunir público de 30 mil pessoas ao longo do evento, que teve início às 8h, na Praça do Rádio, com ações sociais. Porém, a maior concentração do público na Praça do Rádio deve ocorrer ao longo da caminhada, prevista para às 16h, e no Show da Diversidade, que terá início às 18h, também na Praça do Rádio Clube.
A caminhada, segundo a organização do evento, partirá da Praça do Rádio, na Rua Barão do Rio Branco, passando pela Rua Padre João Crippa, Avenida Calógeras e novamente pela rua Barão do Rio Branco, até chegarem novamente na Praça. Dois trios elétricos estarão à disposição da comunidade para o evento, que neste ano, não conseguiu arrecadar fundos suficientes para fazer a publicidade.

No evento, que é realizado há 18 anos pela ATMS (Associação de Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), também haverá apresentações culturais, que devem prosseguir até às 23h deste sábado, com shows de bandas, apresentações de drag queens, todas voltadas pelo público LBGT.
A coordenadora municipal de Políticas Públicas LGBT, Cris Stefanny, acompanha o evento e explica que é importante comemorar os ganhos que foram obtidos durante os anos, mas também de ter a responsabilidade de fazer o protesto.
“A parada em si é um momento de luta, de reflexão, é um momento de a gente lutar pelos nossos direitos, dizer desses direitos, comemorar os avanços que a gente obteve principalmente no judiciário, mas também reivindicar direitos, lamentar o retrocesso tanto no legislativo e no executivo”.
Festa e militância
Com muitos adereços, paetês, penas e bandeiras da luta LGBT, o público foi se reunindo cada vez mais e entre eles estavam o Mister Trans 2019, Ivan Ferro e a Miss Gay 2018, Vaiola Milan, ambos de Mato Grosso do Sul e destacaram a importância do ato. “É uma questão de união, força entre as pessoas. É o momento de se unir e cada vez mais buscar pelas nossas categorias, para mim é muito importante essa questão. Minha pauta maior é essa, é as pessoas se unirem”, apontou Ivan.

“Eu acho que é uma coisa muito importante principalmente na época que a gente está vivendo agora, é uma época que temos que resistir, lutar e tem que mostrar que a gente existe. É uma questão de representatividade, eu me sinto como uma porta-voz do movimento, faço parte e tendo ganhado o concurso, eu consigo abranger mais e mostrar mais como somos e quem somos”, disse Vaiola.
Presente no evento, a Defensoria Pública orienta a população sobre as denúncias, seja violência contra a mulher, homofobia, transfobia e bullying com os núcleos de direitos humanos, defesa da mulher e defesa da criança e do adolescente. O coordenador do núcleo de direitos humanos, Mateus Augusto Sutana esclarece que a Defensoria se coloca como um grande canal de denúncias.
“Porque se você sofre uma violência física é mais fácil, você vai na delegacia. Mas se a violência for moral, se a violência foi a falta de acesso a uma repartição pública, a pessoa muitas vezes não sabe para onde ela vai. Então a Defensoria com esses núcleos se coloca muito como uma receptora dessas denúncias e até para tomar medidas legais”.
