Após episódio de discussão e ameaças no canteiro de obras do Loteamento Bom Retiro, na Vila Nasser, a construção das moradias populares deve ficar parada por uma semana. O caso aconteceu na segunda-feira (3), e agora algumas pessoas devem ser desligadas do serviço.

Equipe do Jornal Midiamax esteve no bairro e conversou com Everton da Conceição, de 33 anos, um dos moradores que trabalha na construção das casas. Ele pediu urgência no retorno das obras e lembrou que as famílias com crianças pequenas ainda estão morando em barracos, enquanto as residências não ficam prontas. “Precisamos urgente dessas casas prontas, o frio está chegando e nossas crianças precisam de moradia”, relatou.

Ainda conforme Everton, que trabalha na obra, a discussão que teria acontecido seria porque outro morador estava com ferimento grave na cabeça, com vários pontos, e teria se recusado ao ser ordenado a fazer um serviço por já estar auxiliando outro pedreiro. Há também a informação de que ele já não está mais morando no bairro.

O diretor-presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho de ), Cleiton Franco, disse ao Midiamax que o motivo da paralisação das obras não foi exatamente a discussão. “Aproveitamos esse momento para reestruturar a equipe de trabalho”, disse. Segundo ele, a obra deve ser retomada na próxima segunda-feira (10).

“Vamos desligar de 10 a 15 pessoas que não estão comprometidas com a construção e vamos deixar apenas quem quer participar dos projetos”, disse o diretor. Ele também afirmou que pode haver mudança no quadro de instrutores, para que a obra seja reavaliada.

Segundo Cleiton, alguns moradores que foram capacitados como pedreiros, eletricistas, encanadores, entre outros serviços de construção, acabaram se desvinculando das obras para trabalharem em outros locais, por isso devem ser desligados. “Vamos colocar os pingos nos is”, afirmou.

Capacitação

O diretor-presidente da Funsat contou ao Midiamax que os moradores passaram por dois anos de treinamento e aperfeiçoamento das profissões e receberão um certificado em agosto. Hoje, aproximadamente 100 pessoas trabalham nas obras das residências no Bom Retiro. Eles constroem as próprias moradias, aprendem uma profissão e recebem salário, cesta básica e vale transporte.

Conforme a assessoria da (Agência Municipal de Habitação), também será preciso agora alinhar a logística junto ao Consórcio Guaicurus para solicitar novamente a requisição do transporte, além da logística das refeições.

Foi solicitado o apoio da Guarda Civil Municipal, que deverá fazer rondas na região do loteamento no período das obras. Segundo Cleiton Franco, não há intenção de intimidar o moradores ou funcionários, mas sim mostrar a seriedade do serviço e garantir a proteção e segurança de todos.