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Cotidiano

Mulheres derrubam rótulo de profissões ‘masculinizadas’ e se tornam referência no mercado

Faz tempo que homens e mulheres dividem espaço no mercado de trabalho e desempenham as mesmas atividades, mas será que o preconceito com elas por exercer profissões consideradas ‘de macho’ acabou? O Jornal Midiamax foi em busca de exemplos de mulheres que se tornaram referência em profissões consideradas, mesmo em pleno 2019, como funções predominantemente […]
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Faz tempo que homens e mulheres dividem espaço no mercado de trabalho e desempenham as mesmas atividades, mas será que o preconceito com elas por exercer profissões consideradas ‘de macho’ acabou? O Jornal Midiamax foi em busca de exemplos de mulheres que se tornaram referência em profissões consideradas, mesmo em pleno 2019, como funções predominantemente masculinas.

A taxista Eliney Marçal da Silva, de 54 anos, conta que esse preconceito ainda existe, porém, é bem menor, se comparado há 30 anos, quando começou a trabalhar na área. “Eu fui uma das primeiras taxistas de e, por se tratar de uma profissão diferenciada, o preconceito sempre vai existir. Eu comecei muito nova e já aconteceu de passageiro perguntar se o carro era do meu pai, se eu tinha habilitação, ou condições para dirigir, enfim, queriam saber se eu estava brincando”, conta.

Mesmo nos dias atuais, de acordo com Eliney, poucas mulheres trabalham como taxistas. No ponto dela, que fica perto do Trevo Imbirussu, no bairro Guanandi, em Campo Grande, há oito motoristas e ela é a única mulher da turma.

“No meu ramo, entre meus colegas de ponto, sou respeitada e as taxistas muitas vezes são bem mais solicitadas pelo atendimento. Eu tenho várias clientes que se sentem mais à vontade com outra mulher ao volante”, afirma.

Mulheres derrubam rótulo de profissões 'masculinizadas' e se tornam referência no mercado
Após 30 anos de profissão, Eliney conquistou respeito de clientes e colegas de profissão (Foto: Minamar Júnior)

Do escritório para a barbearia

Melhorando o visual da rapaziada de Campo Grande, a barbeira Camila Higa, de 28 anos, deixou a faculdade de Ciências Contábeis, em Novo Hamburgo (RS) para viver o sonho. Ela saiu de um escritório em que ganhava R$ 1,2 mil para receber R$ 400 no estágio de um salão de beleza. Lá ela descobriu que gostava mais de cortes masculinos e, quando voltou para a Capital, conseguiu emprego em uma barbearia. Novata e sem um portfólio, Camila revela ter enfrentado um certo preconceito.

“Passei por várias situações a ponto de falarem assim: é você quem vai cortar meu cabelo? Eu estava tranquila, em compensação não tinha portfólio, coisas que hoje eu tenho o cuidado de mostrar, acho que isso traz muita tranquilidade ao cliente, tanto que esse rapaz que me fez a pergunta é meu cliente até hoje”, relata.

Camila trabalha há cinco anos como barbeira e tem cerca de 50 clientes fixos. Durante o tempo de trabalho, ela publicou no Instagram os cortes e, com isso, a clientela vai aumentando.

“Alguns rapazes preferem o cuidado feminino ao fazer a barba, a atenção aos detalhes, muitos sentam aqui e falam: que diferença. Não por ser homem e preferir o atendimento de uma mulher, mas a questão do cuidado, o jeito do homem e o da mulher de virar o rosto, esticar a pele para fazer a barba, são coisas que escuto de clientes”, diz.

Mulheres derrubam rótulo de profissões 'masculinizadas' e se tornam referência no mercado
A barbeira Camila Higa deixou o curso de Ciências Contábeis para realizar sonho e trabalhar como barbeira (Foto: Minamar Júnior)

“Eu amo e respiro caminhão”

Já a profissão de Roberta Feliciano de Conto, de 40 anos, talvez seja considerada por muitos, uma das mais ‘masculinizadas’. Ela é caminhoneira há 12 anos e começou a carreira influenciada pelo irmão. Roberta já dirigiu carretas e hoje trabalha na Braspress, uma empresa de transporte de encomendas. Sobre preconceito, ela afirma que, por incrível que pareça, outras mulheres demonstram mais prejulgamento do que os homens.

“Na nossa área de caminhoneira, os homens sabem que para uma mulher estar atrás de um volante é porque gosta muito, lutou para isso e é uma excelente profissional. O preconceito existe muito mais por parte das mulheres, algumas nos olham de um jeito estranho, mas isso não me abala. Eu amo e respiro caminhão”.

Apesar de ainda existir um pouco dessa resistência, Roberta conta que, por outro lado, no trânsito, o espanto e carinho das pessoas é algo gratificante.

“As mulheres que não são preconceituosas até param o carro no semáforo, fazem questão de bater palmas, fazer um sinal de positivo, já outros homens perguntam sobre como conseguimos dirigir um caminhão daquele tamanho, se não temos medo? O pessoal gosta de nos ver manobrando e isso, em nenhum momento, me deixa insegura. Falando nos homens, existe muito respeito entre nós motoristas.” afirma.

Mulheres derrubam rótulo de profissões 'masculinizadas' e se tornam referência no mercado
“Por incrível que pareça, as mulheres apresentam mais preconceito do que os homens”, afirma caminhoneira (Foto: Minamar Júnior)

Eliney, Camila e Roberta têm em comum, além da profissão ‘diferenciada’, a mesma opinião sobre fazer aquilo que gosta, seguir e realizar seus sonhos, independente do ponto de vista das pessoas ou do preconceito.

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