Uma família denunciou um caso de negligência médica que teria levado Maria Engracia da Silva, de 50 anos, à morte. Ela estava reunida com a família quando passou mal, com dores intensas no peito e dormência no braço. Na unidade de saúde onde foi atendida, o médico acreditou que ela tinha crise de ansiedade e receitou Diazepam. Ela morreu no dia seguinte.

O marido da vítima, Abel dos Santos Vindoca, de 44 anos, contou que ela chegou à unidade de saúde por volta do meio dia e, mesmo de debatendo de dor, a esposa foi medicada com Diazepam. O médio teria dito que ela estava com um ‘surto' de ansiedade. Duas horas depois de dar entrada no CRS (Centro Regional de Saúde), ela teria tido outro ‘surto', quando foram realizados exames, mas o médico da unidade disse que o resultado não apontava infarto e deu mais uma dose do ansiolítico.

Três horas depois, o estado de saúde de Maria piorou e ela perdeu a consciência. A paciente foi levada para a sala de emergência e a família aponta que ficou sem notícias de Maria por uma hora. Devido à gravidade, ela conseguiu uma transferência para o HRMS ( de Mato Grosso do Sul), mas não havia ambulância disponível.

A família contou à polícia que não foi avisada da falta de viaturas e, por isso, não acionaram uma ambulância particular. Intubada, Maria só chegou ao HRMS às 20 horas, quatro horas e meia depois do pedido da ambulância. “Quando a ambulância chegou, levaram ela sem sirene. Levaram como se já estivessem transportando um corpo”, diz o marido.

Abel conta que quando a paciente chegou ao HRMS, ela foi para a área vermelha. O médico do hospital analisou os exames que tinham sido feitos na unidade de saúde e disse que o primeiro exame já mostrava oscilação dos batimentos cardíacos e que isto poderia ser um sinal do infarto. Maria morreu no dia 9 de setembro.

A família foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) e o caso foi registrado como morte a esclarecer. A família quer pedir a exumação do corpo, para ver se Maria realmente morreu de infarto. O presidente da Associação de Vítimas de Erros Médicos, Valdemar de Souza, contou que foi procurado pela família da vítima e que há indícios de descaso no atendimento e no diagnóstico.

Em nota, a (Secretaria Municipal de Saúde) disse que a paciente foi prontamente atendida, que os exames foram pedidos e que ela ficou em observação. A Sesau ainda diz que a transferência hospitalar foi feita em 4 horas – período entre a autorização, transferência e o transporte – o que não é um tempo excessivo de espera.

“Durante a permanência na unidade de saúde a paciente recebeu toda a assistência necessária, sendo acompanhada pela equipe de médicos e enfermeiros. A denúncia da suposta negligência pode ser formalizada na Ouvidoria da Sesau através do número 3314 9955 e nos conselhos de classe, como CRM, por exemplo”.

*atualizada às 16h para atualização de informação