Uma jovem de 20 anos acordou na madrugada desta quinta-feira (20) com o celular, que estava em cima da cama, pegando fogo. O aparelho estava carregando e teria explodido durante a madrugada. O fato aconteceu em – a 115,6 km de Campo Grande.

De acordo com Kelly Cristina Agostinho Santos, o aparelho estava ao seu lado e conectado a tomada para que ela pudesse ouvir o despertador pela manhã, como ela faz todos os dias. Porém, por volta das 4h desta quinta-feira a jovem acordou com um barulho estranho e reparou que o quarto estava tomado de fumaça, foi quando ela percebeu que seu aparelho havia explodido.

“Parecia aquelas velas de bolo de aniversário que fica saindo faísca”, lembrou. A jovem contou que levantou rapidamente da cama e foi em direção a porta, para sair e buscar ajudar, por isso não se feriu com as faíscas que saíam do aparelho.

O fogo chegou a atingir o colchão no local onde estava o aparelho, um modelo 5S, da Apple. “O cheiro era muito forte e eu vi que o lençol e o colchão já estavam pegando fogo por causa do celular. Acredito eu que seja porque a bateria superaqueceu”, disse Kelly em entrevista ao Jornal Midiamax.

A jovem conseguiu conter as faíscas que saíam do celular com a ajuda da mãe. Conforme a vítima, que trabalha em um telemarketing, ela está com o celular há pelo menos um ano e meio e ele nunca havia apresentado nenhum tipo de defeito. Ela disse que ganhou o aparelho de presente.

O aparelho ficou totalmente destruído por dentro e Kelly chegou a tentar contato com a representante da empresa, por meio de seu representante em Nova Alvorada do Sul, porém, como nesta quinta-feira é feriado o local estava fechado.

A jovem conta que o aparelho está fora do prazo de garantia. “Vou tentar entrar em contato com a Apple amanhã para ver o que pode ser feito. Que sirva de aprendizado tanto pra mim como para outras pessoas”, finalizou.

Orientações sobre uso de celular enquanto ele carrega

Deixar o celular carregando à noite e próximo ao corpo aumenta a exposição aos riscos, como choques elétricos, explosão e incêndios, principalmente se estiver próximo ao travesseiro. É o que orientou o engenheiro eletricista Rodolfo Acialdi Pinheiro, coordenador do Centro de Operações Integrado da Energisa, em entrevista ao Jornal Midiamax, no final do ano passado.

“Considerando os fatores, há probabilidade maior de explosão, porque o aparelho vai naturalmente esquentar durante o carregamento, pois existem componentes das baterias que aquecem durante o ato. Os travesseiros, portanto, vão abafar a dissipação desse calor e se o telefone esquentar demais, pode explodir e causar uma tragédia”, detalhou.

O hábito de usar o celular enquanto ele carrega, comum entre a maioria das pessoas, também apresenta sérios riscos, principalmente durante tempestades com raios.

De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, com cerca de 50 milhões de raios por ano.

A principal orientação do engenheiro foi nunca utilizar o aparelho enquanto a bateria estiver carregando. “Se o local, seja residência, indústria ou estabelecimento comercial, não tiver uma boa instalação elétrica, esse risco de descarga já aumenta. E pode piorar caso o usuário esteja utilizando carregadores paralelos, sem certificação do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia]”.

Outro fator muito importante salientado por Pinheiro foi sempre utilizar carregadores certificados pelo INmetro, cujo selo garante a qualidade do equipamento. “Ninguém sabe qual a qualidade de um carregador falsificado, por isso devemos sempre procurar os certificados”, alerta Pinheiro.

Também é preciso ser criterioso no planejamento e na execução dos serviços elétricos, que oferecem sérios riscos às pessoas sem a habilitação necessária. “O projeto da instalação elétrica de uma casa, se executado por um profissional qualificado, vai reduzir muito os riscos de descarga elétrica, explosões e incêndios. Não basta aterrar a residência, isso pode até aumentar o perigo se for mal executado”, explicou o engenheiro. (Com Guilherme Cavalcante)