Fronteira com Corumbá segue fechada e bolivianos pedem renúncia de Evo Morales

Montes de terra e entulho ainda mantém a fronteira de Corumbá com a Bolívia fechada nesta segunda-feira (4). Este é o 13º dia de protestos que seguem desde os resultados da eleição geral no país e que deu vitória ao então presidente Evo Morales. Lideranças políticas contrárias deram o prazo de 48h para que ele […]

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(Leonardo Cabral
(Leonardo Cabral

Montes de terra e entulho ainda mantém a fronteira de Corumbá com a Bolívia fechada nesta segunda-feira (4). Este é o 13º dia de protestos que seguem desde os resultados da eleição geral no país e que deu vitória ao então presidente Evo Morales. Lideranças políticas contrárias deram o prazo de 48h para que ele renuncie ao quarto mandato.

De acordo com o Diário Corumbaense, somente ambulâncias, transporte de produtos perecíveis e pessoas, podem atravessar o bloqueio e o prazo para que Evo renuncie termina às 19h desta segunda.

Para as lideranças políticas contrárias a Evo, houve fraude durante a apuração dos votos, e a princípio exigiam apenas a realização do segundo turno, mas agora exigem além da renúncia a convocação de nova eleição.

Segundo a presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro, Rosário Hurtado de Gallardo, as manifestações em todo território boliviano e acontecem em defesa da democracia. E destacou que, na região da fronteira será realizado um encontro de lideranças políticas no final da tarde desta segunda em Santa Cruz de La Sierra.

“Hoje, às 18h, teremos esse encontro em Santa Cruz, e, de lá, sairá determinação sobre o que deveremos fazer. Por enquanto permanecemos com a fronteira fechada, assim, como em todo território nacional que também está engajado nessa luta”, explicou Rosário Hurtado.

Conforme apurado pelo Diário Corumbaense, Rosário explicou que as pessoas seguem cruzando entre os dois países a pé. “Não as impedimos. Dois caminhões com verduras chegaram de Santa Cruz, para abastecer o comércio e, assim, a nossa população. Não há desabastecimento aqui na região”, afirmou.

Ela ainda afirmou que as repartições públicas em toda a Bolívia, mercados municipais, supermercados e agências bancárias abrem as portas até ao meio-dia. Depois, tudo fecha, nada funciona no país vizinho.

Renúncia

O prazo dado pelo presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, para que Evo renuncie, se esgota às 19h desta segunda-feira. “Seguimos firme com o pedido e se ele não sair, vamos nos concentrar aos pés do Cristo (estátua que fica na cidade boliviana) até que ele renuncie.”, afirmou em discurso para milhares de bolivianos.

No domingo (3), Camacho informou que recebeu ligações de membros da OEA (Organização dos Estados Americanos) dizendo que estão realizando a auditoria no processo eleitoral, por suspeita de manipulação. “Eles me perguntaram por que eu havia mudado de posição, agora pedindo a renúncia de Evo. Eu disse a eles que o pedido de renúncia não era apenas pela fraude ocorrida, mas tem a ver com as vidas que foram levadas nos últimos dias”, afirmou alegando que os mortos estavam lutando pela democracia.

Para o líder político, Evo é um candidato inconstitucional e deve sair. “Evo sai ou sai! Evo Morales tem até às 19h para sair com dignidade e não sair como outro presidente, pela janela. Não pensamos ir de mãos vazias, não queremos sucessão constitucional com García Linera, nem com o presidente do Senado, nem com o presidente dos deputados. Queremos que assuma o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, e então, possa estabelecer determinações sobre as novas eleições. É o povo boliviano que está pedindo para que ele se vá”, completou.

Também no domingo, em entrevista à uma rádio local, Evo Morales disse que tem “muita confiança no povo boliviano”.

 

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