A Rota Bioceânica, projeto ambicioso que quer inserir Mato Grosso do Sul na rota de exportações e importações internacionais, foi tema de um painel da 71ª Reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), no qual ficou a cargo do senador Nelson Trad Filho (PSD) destacar as potencialidades do projeto.
O senador palestrou na manhã desta terça-feira (23), na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, onde o evento é realizado. Segundo o senador, há várias potencialidades dentro do projeto – o principal deles é o comercial. Isso porque, de acordo com o senador, Mato Grosso do Sul terá não só economia, mas também perspectiva de ser inserido na rota das exportações e importações.
“Nosso Estado vai ser centro de distribuição de mercadoria, tanto para importação como para exportação. Ou seja: Nós, normalmente conhecidos como fim de linha, agora seremos cabeça de um projeto. Isso é um divisor enorme que essa rota vai proporcionar para MS”, declarou.
O senador destacou características geográficas que favorecem o Estado, como a divisa com Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná, e as fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. “O aspecto comercial é evidente e será benéfico para o Estado e para o país”, acrescentou.
Nelsinho também destacou que há expectativa de redução de cerca de 40% no custo do frete. Um encurtamento de cerca de 8 mil km marítimos também serão viabilizados com a rota.
Turismo mais fácil
Nelsinho Trad também pontuou sobre o desenvolvimento do turismo em Mato Grosso do Sul. Segundo o senador, a rota proporcionará encurtamento de distâncias para destinos turísticos, como o Chile, Argentina e até mesmo algumas regiões do Paraguai.
“O mais importante a destacar é que já temos o recurso garantido, por meio de emendas parlamentares. Além disso, o Paraguai já começou a obra, num trecho que será um pouco menor que no Brasil. Por aqui, são são 11,9 km de rodovia e isso também está garantido por meio de emendas”, concluiu o senador.
Rota Bioceânica
O projeto da Rota Bioceânica prevê que, quando pronto, o percurso terá cerca de 8 mil km a menos para o transporte de produtos brasileiros para o mercado asiático, maior comprador de Mato Grosso do Sul, o que deve reduzir em 14 dias a chegada de cargas à China.
No Estado, ficará umas das pontes entre o Paraguai e o Brasil, que dá início às obras para o percurso e que fica a pouco mais 10 km à direita da cidade de Porto Murtinho, subindo o rio. Para tanto será preciso implantar um trecho de 11 km de asfalto costeando o rio, a partir da BR-267.
No lado paraguaio serão mais 4 km até a área urbana de Carmelo Peralta. A obra terá como parâmetro a ponte estaiada construída sobre o rio Paranaíba e que liga a cidade de Paranaíba a Porto Alencastro (MG). O investimento estimado é de US$ 75 bilhões, custeado pela Itaipu Binacional e pelo governo do Paraguai.

A extensão total da ponte terá 680 metros, de uma barranca a outra do rio, 12 metros de largura com mais uma passarela lateral para pedestre. A previsão do Governo do Estado é de que a ponte seja inaugurada até agosto de 2023.
Uma outra ponte semelhante será construída entre Foz do Iguaçu (PR) e a cidade paraguaia de Ciudad del Este. O investimento desta obra será custeado pelo Governo Federal.