Após anunciar o aumento no limite para compras em free shops, que vai passar dos atuais US$ 500 para US$ 1.000, o presidente Jair Bolsonaro também quer aumentar  os valores da cota máxima de compras permitidas para quem cruza a fronteira do Brasil com países do Mercosul, principalmente no Paraguai, que passará a ser de US$ 500 por pessoa. Tendo em vista essa possível mudança, a expectativa dos lojistas da está bem positiva, pois para eles o número de vendas aumenta e fomenta ainda mais o comércio.

Para os lojistas da fronteira, o aumento da cota ajudará a ter maior movimentação nos grandes centros comerciais, principalmente, em épocas de férias que é em julho, dezembro e janeiro. O fator que pode interferir nas compras é o preço do . “No atual momento o aumento do dólar é o principal fator que atrapalha o movimento do comércio, não está ruim, mas não há o mesmo fluxo que tinha anteriormente”, explica a assessoria da Câmara de , Comércio, Turismo e Serviço de .

“Se essa regra realmente começar a valer, esperamos ter um crescimento no número de turistas, afinal, são US$ 200 dólares a mais para investir em produtos o que beneficia todo o comércio e fomenta a economia paraguaia”, complementa.

Custo benefício

A mudança nos valores, principalmente para compras no Paraguai, também afetará os consumidores brasileiros. Alguns veem a alteração como um grande benefício para o consumo de produtos, outros já são contra e preferem que esse valor seja depositado em investimentos locais.

Para Ângela Fritzen, de 28 anos, a mudança foi positiva. Ela vai muito ao Paraguai a trabalho e sempre aproveita para comprar algo. “Achei muito bom esse aumento no valor, pois tem muitos produtos que compensam ser comprados lá. Ano passado fui para comprar um celular e só o aparelho já tinha passado da cota, então essa mudança veio em boa hora”, conta.

Já para o engenheiro civil Renato Riveira Holsback, em seu ponto de vista como consumidor, o aumento na cota leva as pessoas a trazerem mais produtos importados regulares devido ao preço ser baixo, porém interfere no crescimento econômico brasileiro. “A partir do momento em que aumenta a cota para compras externas e na fronteira o dinheiro brasileiro ao invés de ser aplicado e gasto no nosso país acaba fomentando a economia estrangeira. O Brasil deixa de arrecadar impostos que poderiam ter destino à educação, saúde e outras áreas aplicáveis”, explica ele.

O delegado adjunto da Delegacia da do Brasil em Campo Grande, Henry Tamashiro de Oliveira, explica que antes de assinar um decreto presidencial, são efetuados diversos estudos sobre os impactos na economia. “Não fizemos estudos locais em relação a essa medida específica, mas, existem vários atos que trazem impactos muito pequenos que não prejudicam a economia interna”.