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Cotidiano

Campo-grandenses percorrem 450 km para praticar solidariedade no pais vizinho

O sol já estava se pondo na sexta-feira (06), quando um ônibus de viagem encosta na sede de apoio do Projeto Despertar,  no Bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande. Aos poucos, os 65 voluntários chegam com suas malas reduzidas somente com o essencial para um final de semana e embarcar com destino a Bolívia. […]
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Equipe de voluntários de Campo Grande após dia de ação social em Porto Quijarro na Bolívia (Foto Marcos Ermínio/Midiamax)
Equipe de voluntários de Campo Grande após dia de ação social em Porto Quijarro na Bolívia (Foto Marcos Ermínio/Midiamax)

O sol já estava se pondo na sexta-feira (06), quando um ônibus de viagem encosta na sede de apoio do Projeto Despertar,  no Bairro Dom Antônio Barbosa, em . Aos poucos, os 65 voluntários chegam com suas malas reduzidas somente com o essencial para um final de semana e embarcar com destino a . Logo a corrente do bem dá os primeiros sinais. Cada voluntário que chega, de imediato se prontifica a ajudar a carregar as caixas com brinquedos, empurrar cadeiras de rodas, e colocar o restante das cestas de alimentos no compartimento de malas do ônibus, que lotou de itens para doação.

Com toda a equipe no local, após uma breve reunião com orientações básicas, todos embarcam e seguem viagem com destino a . Na cidade, a parada para o descanso e no Lar Ismael, um local que abriga um Centro Espírita. Às 6 horas da manhã do sábado (07) todos já haviam tomado café, prontos para seguir até a Bolívia.

Campo-grandenses percorrem 450 km para praticar solidariedade no pais vizinho
Ainda muito cedo, varias crianças e mulheres aguardavam para receber atendimento. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Depois de 50 minutos, a equipe de voluntários desembarca na escola 27 de Mayo, em Arroyo Concepción. A fachada da escola engana, parede e pinturas novas, mas a situação das salas de aulas, algumas sem iluminação e com ventiladores estragados, entrega a dificuldade de estudar ali.

No portão, várias crianças e mulheres já aguardavam atendimento, enfrentando um calor e sol forte. A todo momento grupos de pessoas chegavam, os atendimentos médicos, as oficinas de escovação dentária, acompanhamento gestacional, corte de cabelo e manicure, curso de primeiros socorros foram realizada simultaneamente, e o agradecimento pela ação social se transformava em abraços e sorrisos.

Uma peça de teatro circense levou diversão para crianças e adultos, e pelo menos naquele momento, todo sofrimento foi transformado em riso solto.

Expedição Brasil x Bolívia levando esperança

A primeira ação dos voluntários foi em 2016, com cerca de 30 pessoas, que levaram cerca de 500 peças de roupas e distribuição de sopa para Porto Quijarro. A dificuldade era grande, principalmente com a logística, onde  houve a necessidade de pagar algo próximo a R$ 2 mil para levar com uma van equipada com uma carretinha, as doações arrecadadas em Campo Grande.

Campo-grandenses percorrem 450 km para praticar solidariedade no pais vizinho
Entre os materiais arrecadados estão, próteses, cadeira de rodas e muletas. (Foto Marcos Ermínio/Midiamax)

Em 2018, o projeto tomou formas surpreendentes para a equipe de coordenação, formada por toda a família da Diana que por ter visto de perto a pobreza na Bolívia, decidiu que era hora de levar apoio às famílias que vivem na linha da miséria do outro lado da . Assim, em 2015, surgiu o Projeto Esperança Ultrapassando as Fronteiras, que visa levar doações de roupas, alimentos, atendimento médico e orientações.

A segunda viagem aconteceu no dia 20 de maio de 2018 e já contou com mais profissionais da saúde, com fisioterapeutas e dois clínicos gerais. Cerca de 700 famílias foram atendidas, 118 cestas foram entregues, 15 cadeiras de rodas, camas hospitalares, 30 kits de enxoval de bebe, inclusive até o ônibus usado para a viagem foi uma ajuda ao projeto.

Ao todo , o grupo já contabiliza cinco idas ao pais vizinho para praticar a solidariedade, em 2019, foram distribuídas 143 cestas básicas, 12 mil peças de roupas, atendimento médico clinico geral, fisioterapia, curso de primeiros socorros, curso para gestantes, peça de teatro, corte de cabelo e manicure, atendendo as regiões de Santiago, Roboré e Porto Quijarro, um total de 3.500 famílias beneficiadas.

Realidade política e econômica da fronteira boliviana

Campo-grandenses percorrem 450 km para praticar solidariedade no pais vizinho
Arte: Marcos Ermínio/Midiamax

A Fronteira da Bolívia com Corumbá tem uma extensão de 386 km de fronteira seca. O primeiro núcleo urbano é Arroyo Concepción (seção municipal de Puerto Quijarro) a cinco quilômetros, com o acesso diário entre as cidades dos dois países naquela fronteira. As seções municipais de Puerto Quijarro e Puerto Suaréz fazem divisa com Corumbá e compõe a Província Germán Busch, uma das 15 províncias do Departamento de Santa Cruz que tem a segunda maior população da Bolívia 3.32 milhões de habitantes (INE, 2017).

Corumbá, Puerto Quijarro e Puerto Suaréz possuem uma dinâmica voltada para o comércio. O município de Corumbá é o ponto de apoio para o translado de mercadorias, produtos agrícolas, atenção à saúde e educação, além de interagirem na área social, mantendo essas cidades e o município de Corumbá uma ligação que transpõe os limites internacionais.

Os municípios bolivianos são dependentes de Corumbá no que se refere aos serviços de infra-estrutura urbana, o que gera sobrecarga para a cidade, a se considerar que sua população é ampliada com a presença da população fronteiriça. Este fluxo de sobrecarga no sistema de saúde corumbaense, em razão da falta de disponibilização de hospitais em sua cidade. Ocorre o mesmo com o saneamento básico, uma vez que o tratamento de água de Corumbá supre necessidades de parte da população dos núcleos bolivianos vizinhos. A energia elétrica consumida nas cidades bolivianas, por sua vez, é fornecida pele Energisa, via Corumbá.

Sobre a situação de saúde Puerto Suaréz, e crítica, dada a falta de saneamento, a pobreza da população e a carência do sistema de saúde local. O maior problema consiste na falta de água tratada em determinadas regiões. E preocupante a elevada incidência de doenças transmitidas por vetores como a malária, a dengue, a leishmaniose e a febre amarela, esta última ainda frequente na região graças às constantes falhas dos programas de imunização.

Por este motivo as autoridades sanitárias brasileiras não aceitavam os comprovantes de vacinação bolivianos. Os serviços de saúde contavam com 1 hospital em Puerto Suaréz (e outro na localidade de Carmen a 250 km de distância), com 1 cirurgião, 1 ginecologista, 1 pediatra e 3 clínicos gerais. Constatou-se, entretanto as péssimas condições de instalações do hospital. A precariedade do atendimento em Puerto Suaréz e cidades bolivianas fronteiriças levam muitas pessoas à busca de atendimento em Corumbá.

Fraternidade Despertar o apoio burocrático da expedição solidária

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Presidente da Fraternidade Despertar, Nilton Braz Giraldelli com idealizadora do Projeto Esperança Ultrapassando Fronteiras, Diana Pérez (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

A Fraternidade Despertar que apoia o Projeto Esperança Ultrapassando Fronteiras, criado por Nilton Braz Giraldelli, empresário, que nasceu em uma grande familia de 9 irmãos de sangue e dezenas de coração, seguindo o exemplo dos pais, humanas e caridosas, e quem viabiliza toda questão burocrática e diplomática com as autoridades da Bolívia.

Hoje a Fraternidade Despertar oferece curso de informática, ballet, Capoeira e capoterapía, futebol amador e profissional, artesanato de argila, hortas urbanas e palestra educativas.

Para saber mais como participar e se tornar um voluntário e só entrar em contato com o telefone (67) 9 8453-8882 ou acompanhar a página no facebook do Projeto Ultrapassando Fronteira.

Confira o Video Clip com as imagens da expedição Brasil x Bolívia Ultrapassando Fronteiras de 2019.

 

 

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