A ANPUH (Associação Nacional de História) e sua seção em emitiram nota de repúdio pela nomeação da reitora da (Universidade Federal da Grande ) Mirlene Damásio, designada pelo ministro da Educação Abraham Weintrab. A nomeação dela foi publicada no Diário Oficial da União da última terça-feira (11), após uma eleição cheia de impasses na universidade e que foi parar até na Justiça.

Na nota, a associação afirma que a nomeação fere a autonomia universitária por desconsiderar a lista tríplice que seguiu o regimento da UFGD. “Os trâmites legais e legítimos realizados pela UFGD elegeram uma chapa e indicaram-na em forma de lista tríplice com a expectativa de respeito da vontade da comunidade acadêmica, mas a reitora designada pelo ministério não compunha tampouco a lista de indicação, embora notoriamente houvesse apoiado a chapa que menos angariou votos”, diz trecho da nota.

Conforme a associação nacional e sua representação em MS, a comunidade acadêmica também demonstra indignação e repúdio à nomeação feita por intervenção do MEC. O documento publicado pela ANPUH foi compartilhado nas redes sociais pelo CPCH (Comitê Paraguaio de Ciências Históricas) que disse apoiar a iniciativa. Segundo o comitê, a intervenção do Governo Federal na imposição da reitora ‘violou a autonomia universitária’ e as ‘aspirações democráticas do ensino superior’.

Processo conturbado

A eleição para reitor da UFGD já foi motivo de impasses. Em março, a universidade elegeu os professores Etienne Biasotto para o cargo e reitor e Claudia Lima, vice. Em maio, a Justiça acatou um pedido do MPF (Ministério Público Federal) para a suspensão da lista tríplice para os cargos de reitor e vice-reitor da universidade, enviada ao MEC (Ministério da Educação). O Ministério Público apontou que a conduta dos professores foi antiética na eleição, ao incluir nomes que não expressavam a vontade e a escolha da comunidade acadêmica.

Depois, o juiz federal Moises Costa Rodrigues da Silva, da 1ª Vara Federal de Dourados, reformou decisão liberou a escolha do novo diretor da UFGD por meio de lista tríplice. Na decisão desta semana, o juiz afirma que decidiu fazer um “juízo de retratação” por uma série de fatores, entre eles de que a universidade elaborava a lista tríplice por meio de escolha da comunidade escolar várias vezes. “Agiu desta maneira sempre, uma prática que nunca fora questionada, muito menos invalidada”, disse.