O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), anunciou na manhã desta sexta-feira (22) que criará um grupo de trabalho para fiscalização permanente nas unidades de saúde, principalmente nas UPA (Unidades de Pronto Atendimento), que concentram maior parte da procura por usuários.

Segundo o prefeito, o objetivo do grupo e verificar permanentemente as condições de funcionamento das unidades de saúde da Capital, devido ao alto número de reclamações que têm chegado à Ouvidoria do município.

“Esse grupo vai ser os ‘olhos do prefeito’. Não vão ser visitas surpresas, estes profissionais vão ficar permanentemente nas unidades, como um reforço”, detalhou Marquinhos ao Jornal Midiamax.

Marquinhos tem adquirido o hábito de visitar as UPA e postos de saúde da Capital sem aviso prévio. Na tarde da quinta-feira (21), ele esteve na UPA Vila Almeida, no que seria a quinta ‘batida’ do prefeito sem aviso prévio.

Nas imagens, registradas pelo jornalista Helton Davis e cedidas ao Jornal Midiamax, Marquinhos chega à unidade no horário vespertino, cumprimenta e conversa com pacientes. Em seguida, ele caminha por vários setores da unidade, acompanhado de uma funcionária da unidade.

Á reportagem, Marquinhos afirmou, durante as visitas, tem encontrado reiteradas vezes ausência de servidores, que apresentam atestados, “e alguns que deixam de cumprir suas obrigações e nem justificativa estão dando”.

Ainda segundo o prefeito, 90% das reclamações da ouvidoria em relação a atendimento nas unidades de saúde não apontam ausência ou deficiência de estrutura. “Eles até toleram ambiente que não seja luxuoso, mas é insuportável, segundo os usuários, a maneira como são recebidos e como são tratados”, conclui.

Reincidência

Pacientes que precisaram de atendimento médico na UPA Vila Almeida na manhã desta sexta-feira (22), na região oeste de Campo Grande, voltaram a se deparar com demora no atendimento. As reclamações são registradas menos de 24h de “visita surpresa” do prefeito.

Paciente de alto risco e com lesão medular, Solange Rodrigues Jacques, de 55 anos, chegou na UPA Vila Almeida antes das 7h e até às 9h30 não conseguiu nem sequer passar pela triagem. “Somente agora, 9h30, é que chegou outra médica. Antes disso só tinha duas, uma atendendo e outra com os internados. Talvez o prefeito tenha que fazer outra visita. Bastou ele virar as costas que os problemas voltaram a acontecer”, protesta a paciente.

De fato, na manhã desta sexta-feira (22) três médicos deveriam estar em atendimento na unidade, conforme a escala de plantão médico diariamente divulgada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

A reportagem procurou a pasta para saber se a unidade funciona dentro da normalidade. Por meio de nota, a Sesau destacou que três médicos atendem normalmente, porém, devido a grande demanda de pacientes em situação de emergência classificados como vermelho e amarelo, “os profissionais devem prestar assistência imediata para não colocar em risco a vida do paciente”.

“Ainda assim, pacientes que já foram atendidos e recebem medicamento por via intravenosa precisam de reavaliação para alta. Portanto, os profissionais estão atendendo os pacientes da unidade, lembrando que demandas classificadas como verde e azul são preteridas quanto as classificadas como vermelha e amarela, porém todos estão sendo atendidos dentro do tempo protocolar”, traz a nota.

*Matéria atualizada às 12h41 para acréscimo de informações.