Após quebrar o ombro, jovem fica 14 dias no HU e recebe alta sem fazer cirurgia por falta de material
Após sofrer um acidente de trânsito no fim de 2018, a jovem Larissa Fernanda Vieira, 22 anos, ficou 14 dias internada no Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) e teve alta médica na última quarta-feira (9). Porém, a notícia recebida por ela não foi nada boa. Depois de esperar todos esses dias por uma cirurgia […]
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Após sofrer um acidente de trânsito no fim de 2018, a jovem Larissa Fernanda Vieira, 22 anos, ficou 14 dias internada no Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) e teve alta médica na última quarta-feira (9). Porém, a notícia recebida por ela não foi nada boa. Depois de esperar todos esses dias por uma cirurgia no ombro, ela teve que ir embora, pois, o hospital não conseguiu a placa de titânio para fazer o procedimento cirúrgico.
Larissa Fernanda relatou o caso no Facebook e recebeu diversas mensagens de apoio. Segundo a jovem, o acidente aconteceu no dia 22 de dezembro, em Campo Grande. Ela trincou o osso da cabeça do úmero (parte do ombro) e fez raio-x no CEM (Centro de Especialidades Médicas). Com isso, foi informada que precisaria de um procedimento cirúrgico e que teria que aguardar vaga em um hospital.
Nos dias que antecederam o Natal e até no dia 25, a jovem foi ao CEM, com muitas dores, e recebeu dipirona e ibuprufeno na veia para aliviar as dores. No dia 27, ela recebeu a ligação informando que a vaga em hospital havia saído para o Hospital Universitário.
A jovem fez os exames e ficou quatro dias no corredor do hospital aguardando. Ela ouviu dos residentes que estava com uma fratura grave, que eu perderia 60% do movimento do braço.
“Resumindo: Fiquei 14 dias dentro de um hospital, longe da minha filha e da minha família, para chegar dia 9, às 10h, e a direção do hospital e a especialista da ortopedia falarem: Larissa, você terá que entra na Justiça para eles darem a liminar e o Estado comprar esse material. Vamos dar a sua alta para você correr atrás” relata.
“Eles falaram que tentariam fazer uma troca de paciente e tentar pegar uma placa da Santa Casa para o HU, sempre falando: tenha calma, tenha calma. Ontem, me chamaram no quarto e falaram para entrar com ação na Justiça. Disseram que estavam tentando conseguir esse material desde 2017”, diz Fernanda Larissa.
A jovem entrou em contato com um advogado, nesta quinta-feira (10), e vai tentar uma liminar de urgência na Justiça para a compra da placa necessária para a cirurgia. Caso não consiga nos próximos dias, terá que entrar com ação na Defensoria Pública para obrigar o poder público a fornecer o material.
“O valor da placa depende muito, de R$ 2,5 mil a R$ 10 mil, mas para o SUS (Serviço Único de Saúde) é R$ 289. Tem na Santa Casa, mas estão negando e falando que a obrigação é do HU”, diz Larissa Fernanda.
Bom dia hoje criei coragem para relatar sobre meus dias que foi muito difícil…..Dia 22/12 as 21:00 sofri um…
Posted by Larissa Fernanda on Thursday, January 10, 2019
Sem alternativa
O Jornal Midiamax entrou em contato com o HU, e foi informado que o hospital não tem esse material há mais de 3 anos, pois as empresas especializadas no produto não têm participado dos processos licitatórios pois não acham as propostas vantajosas. Além disso, informou que apenas a Santa Casa tem a placa e que, nas tentativas de transferir Larissa para a unidade, não obteve sucesso com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
“Vale ressaltar que, no período em que Larissa ficou internada no HUMAP-UFMS ela recebeu toda a atenção necessária para minimizar o desconforto e dirimir sua situação, sendo assistida e medicada. Porém, diante da situação apresentada, não restou ao HUMAP-UFMS outra alternativa que não fosse dar a alta para a paciente, uma vez que todas as tentativas de transferência da mesma foram negadas. A mesma foi imobilizada e atendida por profissionais do mais alto gabarito em sua alta. A paciente também recebeu orientação dos profissionais para que fizesse solicitação legal para que houvesse uma interferência da Justiça em seu caso“, disse HU por meio de nota.
O Ministério Público também teria sido acionado pelo hospital para que pudesse interver na falta das placas, porém órgão está de recesso e só retorna às atividades em fevereiro.
*Colaborou: Mariane Chianezi
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