A SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirmou nesta segunda-feira (1º) que médicos de , onde houve confirmação da morte de um bebê por leishmaniose, receberão capacitação para detecção da doença na Atenção Básica.

De acordo com a SES, a capacitação será promovida pela Gerência Técnica das Zoonoses, ligada a Superintendência Geral de Vigilância em Saúde da pasta. O objetivo é possibilitar o diagnóstico da doença em estado inicial.

Cães são considerados os principais reservatórios urbanos da leishmânia, o protozoário que é transmitido pelo flebótomo, também conhecido como mosquito-palha. Nesse contexto, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Três Lagoas realizou, na última semana, a busca ativa por focos do mosquito em nove quarteirões ao redor da casa com paciente positivo.

Foram coletadas amostras de 30 cães, dos quais cinco apresentaram resultado positivo para . Deste total, três animais ainda devem fazer a contra-prova e dois já foram recolhidos para eutanásia.

“Além da busca ativa, o setor de Entomologia do município instalou armadilha CDC por três dias consecutivos nas residências, intra e peridomicílio. Porém, nenhum exemplar do mosquito foi capturado”, traz a nota da SES. O setor de Endemias também realizou etapa do programa “Ação Educativa e Manejo Ambiental” a moradores da rua, que fica no Jardim Flamboyant, em Três Lagoas.

Primeiro óbito

A morte de um bebê de um ano foi o primeiro óbito por leishmaniose confirmado em Três Lagoas, cidade a cerca de 330 km de Campo Grande. A criança faleceu após procurar atendimento médico em Bauru, no Estado de São Paulo, mas é moradora do município, onde foi contaminada. O caso ocorreu no último dia 10 de março e somente na sexta-feira (29), os exames confirmaram a causa do óbito como leishmaniose.

No acumulado de 2019, Três Lagoas registrou oficialmente, até o último dia 19, um total de 25 casos suspeitos de Leishmaniose – todos descartados até a data citada. Já em 2018, foram registrados 203 casos suspeitos da doença, dos quais 7 foram confirmados. Ano passado, a cidade contabilizou dois óbitos em decorrência da doença.

De acordo com a SES, em 2018 foram contabilizadas 95 notificações de casos suspeitos da doença, dos quais 76 receberam confirmação laboratorial. Neste ano, foram 15 notificações, sendo 13 confirmações.

Neste ano, a maioria dos diagnósticos ocorreram em Campo Grande, com 6 casos confirmados. Coxim vem na sequência, com duas confirmações. Três Lagoas, Alcinópolis, Aparecida do Taboado, Aquidauana e Bataguassu já registraram um caso, cada, em 2019.

Leishmaniose Visceral

A Leishmaniose Visceral é uma doença ainda sem cura e transmitida pela picada de insetos vetores, os flebotomíneos, popularmente chamados de “mosquito palha” ou “cangalhinha”. Eles são pequenos, de cor clara e pousam de asas abertas.

O mosquito se contamina com o sangue de pessoas e de animais doentes, principalmente cães, e transmite o parasita à pessoas e animais sadios. Existem dois tipos de leishmaniose, a visceral e a tegumentar.

Entre os principais sintomas da leishmaniose visceral, considerada mais grave, estão alteração do estado geral, febre, palidez, fraqueza e aumento das vísceras – principalmente do baço, do fígado e da medula óssea. Nos cães também pode haver descamação de pele e crescimento progressivo das unhas.

Para combater os focos do mosquito, é fundamental manter terrenos limpos de resíduos orgânicos, como folhas, frutas e lixo comum – diferentemente do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikuyngunia, o mosquito-palha não precisa de água parada para se reproduzir.