Nesta quarta-feira (1º), o mundo inteiro celebra o Dia do Trabalhador. Neste ano, no Brasil, a data está marcada não só por reivindicações de melhorias salariais e de condições de trabalho, mas também contra pautas conservadoras – a Reforma da Previdência apresentada pelo governo é apenas uma delas.

Na prática, é como se o trabalhador brasileiro estivesse numa trincheira, na luta por garantir que um dia já foram vanguarda neste fronte. Em resumo, o 1º de Maio é marcado pela forte tendência do retrocesso e da perda de direitos já garantidos, num contexto em que, talvez, só Deus na causa…

Mas, afinal, o que prega a palavra dEle sobre os direitos trabalhistas? De que forma a Bíblia se expressa sobre a relação entre patrões e trabalhadores?

Para falar sobre o assunto, o Jornal Midiamax conversou com representantes das duas religiões majoritárias no Brasil, a católica e evangélica, respectivamente – de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), católicos tem maior número de adeptos no país, representando 64,6% da população. Já evangélicos vêm em seguida, com 22,2% do total.

Em comum, as duas religiões creem em Jesus Cristo como o salvador e têm a Bíblia como livro sagrado e norteador das doutrinas cristãs. Nos dois casos, a propósito, são passagens de Jesus que apontam quais devem ser esses caminhos.

Para o padre Reginaldo Nascimento Padilha, do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em , todo trabalho é digno e honra dos dons dados pelo criador. O padre ressalta que o próprio Jesus trabalhou por muitos anos em uma carpintaria. “Todos necessitamos de trabalho para o nosso sustento. Qualquer trabalho é belo aos olhos de Deus, desde os simples afazeres domésticos a complicadas tarefas de um cirurgião”.

Neste Dia do Trabalhador, o padre aponta que as leis devem ser respeitadas e que todos devem rezar pelo fim do desemprego. Ele também  defende que as relações entre patrão e empregado devem ser pautadas nos direitos e deveres de cada um.

“Todo trabalhador é digno de receber um bom salário, um salário justo para aquilo que se realiza. A relação entre empregadores e empregados deve ser pautada na Justiça”, aponta o pároco.

No mesmo sentido, o pastor Ronaldo Batista, da Primeira Igreja Evangélica Batista de Campo Grande, defende que a união entre trabalhadores e patrões é o caminho para o fim dos conflitos.

“O patrão em vez de ameaçar retirar direitos, deve trabalhar com aquele empregado, tratar com amor e carinho, dar aquilo que é justo a ele”, diz o pastor. Segundo ele, o trabalhador deve ser bem remunerado e reconhecido, já que com isso o funcionário produz mais e ‘veste a camisa' da empresa.

Já sobre os trabalhadores, o pastor defende agir com honestidade e ter uma relação de transparência com o patrão. Para ele, o funcionário também deve lutar para que o local de trabalho prospere e tenha produtividade. “Deve servir como os servos de Cristo”, conclui.