Adolescentes ‘usaram’ maiores para comprar bebidas no Carnaval, dizem conveniências
Balanço divulgado pela Guarda Municipal de Campo Grande, após a ‘Operação Carnaval’, revelou que o maior número de ocorrências nos dias de folia envolveu adolescentes embriagados. Conforme a GM, nos 52 casos de alcoolemia que a guarda registrou no período de Carnaval, 40 eram adolescentes. O número causou espanto para algumas pessoas, pois, a venda […]
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Balanço divulgado pela Guarda Municipal de Campo Grande, após a ‘Operação Carnaval’, revelou que o maior número de ocorrências nos dias de folia envolveu adolescentes embriagados.
Conforme a GM, nos 52 casos de alcoolemia que a guarda registrou no período de Carnaval, 40 eram adolescentes. O número causou espanto para algumas pessoas, pois, a venda de bebidas alcoólicas para menores é proibida, de acordo com a Lei n° 8.069 de 1990. O artigo 243 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) informa que vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica, pode gerar pena de 2 a 4 anos de detenção e multa.
Nos estabelecimentos comerciais há cartazes informando que a venda é proibida, sendo assim, como esses adolescentes conseguiram comprar bebidas alcoólicas? A funcionária Mary Lopes, que trabalha em uma conveniência na Rua 14 de Julho, no Centro, informou que os menores aparecem acompanhados de adultos e são os maiores que compram as bebidas. “Esses adolescentes pedem para um adulto comprar. Eu já vi até eles abordando uma pessoa na rua e pedindo, nessas situações não têm jeito, eles arrumam uma maneira, compram no mercado e já trazem de casa uma garrafa de suco com vodca”, relata.
Ainda na Rua 14 de Julho, o proprietário de um bar, que prefere não se identificar, confirma a estratégia dos menores apresentada pela funcionária da conveniência e alega não ter muito o que fazer se um adulto está acompanhando. “Já tem o aviso, quando percebemos que a pessoa é mais nova, nós pedimos a identidade, mas se tem um adulto junto, não tem o que fazer”, diz.
A técnica de enfermagem, Gabriela Freitas, participou da folia na esplanada e percebeu que, neste ano, tinha mais adolescente do que nos carnavais anteriores. “Acho errado ter tanto adolescente, penso que eles deveriam estar em casa ou acompanhados dos pais. Ainda assim, não vi nada fora do comum”.
Nas proximidades de uma escola, na Avenida Mascarenhas de Moraes, o funcionário de uma conveniência, Leonel Neto, afirma que o proprietário do local é rígido em relação ao assunto e mesmo sendo proibido, menores tentam comprar bebida alcoólica. “O que esses adolescentes procuram são bebidas fortes, como vodca com energético e catuaba. Eles pegam um amigo maior de idade e pedem para comprar”.
A conselheira tutelar Aline Gomes da Fonseca Dias, do Conselho Centro, acredita que a parceria dos pais é necessária. “A gente queria a parceria dos pais para que soubessem onde os filhos estão e o que estão ingerindo, muitas vezes esses adolescentes já chegam com bebida nos locais. É preciso conversar abertamente com os filhos sobre os riscos de bebidas alcoólicas e drogas”, destaca.
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