Ação do MPF pede conclusão de obra de drenagem em município de MS

Uma ação do MPF (Ministério Público Federal) de Mato Grosso do Sul pede para que a gestão conclua as obras de drenagem para acabar com os alagamentos no bairro Jardim dos Estados, em Corumbá. Os moradores pedem uma solução para o problema que se estende há dez anos. Conforme o MPF, a má execução das […]

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Uma ação do MPF (Ministério Público Federal) de Mato Grosso do Sul pede para que a gestão conclua as obras de drenagem para acabar com os alagamentos no bairro Jardim dos Estados, em Corumbá. Os moradores pedem uma solução para o problema que se estende há dez anos.

Conforme o MPF, a má execução das obras do anel viário da BR-262 resulta em sérios alagamentos sempre que chove. A ação civil pública é em face do município e do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

Em 2010, o município informou ao MP Estadual que solicitou providências do Dnit quanto à drenagem de alguns pontos de alagamento. À época, o Dnit respondeu que a obra do anel viário ainda não estava concluída, faltando serviços de drenagem como meio-fio, boca de lobo e calçada, entre outros. Além disso, o município também informou que estavam em execução outras obras de drenagem com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento.

Segundo o MPF, alguns meses depois, após novos questionamentos, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Serviços Urbanos de Corumbá, sem qualquer menção a recursos do PAC, informou que a equipe técnica realizaria os levantamentos necessários para a elaboração dos projetos, mas que tais estudos, contratação e execução dependeriam de orçamento no exercício corrente. O Dnit também se manifestou no sentido de que ainda seriam necessárias a elaboração do projeto de drenagem, a licitação do objeto e, só a partir daí, a execução da obra, “sem prejuízo da adoção de medidas imediatas para sanar os alagamentos na região”.

As medidas imediatas consistiram na implantação de um dreno subsuperficial, com pedras marroadas e uma canaleta de concreto. No entanto, segundo os moradores, as medidas não surtiram qualquer efeito nos alagamentos. Em 2014, a casa de uma das moradoras alagou, que ela precisou de ajuda do Corpo de Bombeiros Militar para drenar a água com auxílio de uma motobomba.

Ainda, conforme o MPF, várias reuniões, com a presença de moradores e representantes do Município e do Dnit, foram realizadas nos últimos anos na sede do MPF. Apesar das inúmeras tratativas e compromissos assumidos tanto pelo Executivo municipal quanto pela autarquia, nenhum avanço prático foi registrado. Pelo contrário, as tratativas revelaram que não há coordenação, diálogo ou planejamento entre a prefeitura e o Dnit.

Em resposta oficial, o Dnit chegou a afirmar que “a solução definitiva seria a elevação das casas acima do nível do pavimento do Anel Viário, uma vez que foram construídas no nível do terreno natural sobre o maciço rochoso e em meia encosta de morros”. Para o MPF, a possível solução definitiva apontada pela autarquia “envolve aspecto extremamente sensível à dignidade da pessoa humana dos habitantes da região, qual seja, a moradia digna e a intervenção do Poder Público em suas casas, sendo certo que, em prol das diretrizes da cidade sustentável e de sua função social, seria de bom tom a participação democrática nas tomadas de decisões sob aquela área de influência”.

Com o ajuizamento da ação, o MPF requer que o município o Dnit concluam a obra com a finalidade de sanar, definitivamente, os alagamentos decorrentes das obras do anel viário da BR-262. O órgão ministerial também requer que o Executivo municipal promova uma audiência pública “que garanta a implementação da gestão democrática dos meios de participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano”. (Com informações do MPF)

 

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