O preço do ‘passe de ônibus' pode subir para R$ 3,95 e entrar em vigor a partir do dia 3 de dezembro. Apesar da confirmação oficial não ter acontecido, o anúncio do possível aumento pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) nesta sexta-feira (30), está revoltando os usuários do transporte público que apontaram injustiça do preço.

Teve morador que nem sabia sobre o anúncio e se assustaram com abordagem do Jornal Midiamax. “Eu estou indignada. É injusto pagar por tudo isso. Pego ônibus as vezes para ir trabalhar e não tem as condições necessárias para ter esse preço. Me sinto revoltada”, disse a moradora Renata Domingues da Silva, de 34 anos.

Cícera Domingues da Silva, de 58, disse que os moradores acabam não tendo para onde correr, pois a tarifa de ônibus aumenta de um lado enquanto o preço do combustível aumenta do outro. “A gente acaba ficando sem ter o que fazer, não tem jeito”, disse à reportagem.

A qualidade do transporte e a quantidade da frota foram as maiores reivindicações. Para Vilma Maria Castro, de 52 anos, muitas pessoas acabam usando até três passes por dia e o valor vai acabar prejudicando. Além disso, ela apontou que a qualidade do transporte precisa melhorar muito para o valor “nessa altura” ser justo.

Mas e se todos os ônibus fossem com ar condicionado? Para a diarista Ana Lúcia de Moraes, de 42 anos, aí sim poderia valer a pena. “A qualidade dos ônibus é até boa, mas o preço não é justo. Está quase compensando arrumar um carrinho e colocar gasolina. Se ao menos todos tivessem ar condicionado, seria mais confortável”, afirmou.

Ao Jornal Midiamax, o diretor-presidente da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) Vinícius Leite, disse que o valor tratado com Marquinhos Trad foi o valor de R$ 3,95, mas que a confirmação do reajuste e quando deverá começar a valer só acontecerá através de decreto no Diário Oficial.  O último reajuste aconteceu em dezembro de 2017, quando o valor de R$ 3,45 foi para R$ 3,70.

É justo?

Vinícius Leite, explica que o valor da tarifa também leva em consideração os valores: INPC, variação do preço do combustível, variação do salário do motorista, índice de desgaste dos veículos, definido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). “Vou levar para o prefeito ainda hoje”, informou Leite sobre o relatório feito pela agência.

Questionado sobre a situação do de alvo de reclamações diárias dos passageiros, Leite afirma que “estão todos insatisfeitos: população, o prefeito, o Consórcio”. O diretor-presidente da Agereg ainda adianta que o Consórcio Guaicurus já mencionou, informalmente, que pretende entrar com pedido de reequilíbrio financeiro do contrato.

O Consórcio Guaicurus pretende alegar que as condições atuais do mercado não são as mesmas do período da licitação. “O índice de passageiros está diminuindo ano a ano e não é suficiente para cobrir custos e as necessidade de reinvestimento do contrato, sob pena de devolverem a concessão”, informou o diretor-presidente da Agereg, que avaliou a possibilidade como ‘colapso' no sistema de transporte.

Segundo Leite, o pedido de reequilíbrio teria sido condicionado, pelo prefeito de Campo Grande, ao não reajuste da tarifa com a possibilidade de desoneração de obrigações do Consórcio Guaicurus.