Campanha visa impedir que população permaneça nas ruas

O secretário Municipal de Assistência Social, José Mario Antunes da Silva, anunciou na manhã desta quinta-feira (22) uma campanha da Secretaria para pedir que a população de pare de dar esmolas a moradores de rua, durante uma sessão na Câmara da Capital.

O secretário esteve presente na sessão a convite da Comissão de Assistência Social da Casa, para prestar esclarecimentos aos vereadores que questionaram a suposta ausência de ações da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), em vista do aumento da população de rua da Capital.

José Antunes negou que a Secretaria tenha paralisado as atividades, e afirmou que a pasta trabalha com quatro equipes nas ruas de Campo Grande, em sistema de rodízio, em “veículos descaracterizados, para não invadir a privacidade dos moradores de rua”.

Como próxima ação da Secretaria, Antunes afirmou que nas próximas semanas a pasta dará início à campanha “Não Dê Esmola”, com o objetivo de informar a população de que a prática de dar contribuições aos moradores de rua estimula que os mesmos se afastem dos programas de assistência social.SAS responde Câmara e lança campanha contra esmola para moradores de rua

Equipes da SAS estarão presentes nas ruas da Capital, nos próximos dias, com faixas e distribuindo panfletos da campanha. “Dar esmola colabora para a permanência das pessoas nas ruas e cria a ilusão de que é possível viver da mendicância”, diz um dos panfletos, apresentados na Câmara.

Segundo José Antunes, muitos moradores também acabam desvirtuando o uso da esmola para o uso de drogas. “Eles dizem que eles vão comprar comida, mas usam para comprar papelotes de droga. Eu já vivenciei isso no meu bairro”, disse o secretário.

“Quando você dá esmola, você dá essa falsa esperança às pessoas de que elas podem viver na rua, de que elas podem viver nessa situação, e estimula elas a não tentar sair dessa vida”, completou o titular da pasta.

Vagas para reabilitação

Antunes divulgou que a Prefeitura de Campo Grande tentará firmar um convênio com comunidades terapêuticas, por meio de um chamamento público, para que sejam oferecidas 100 vagas para prestação de assistência a pessoas em situação de rua.

“Essas comunidades são entidades que prestam assistência a viciados em álcool e drogas, e funcionarão durante todo o período necessário da internação”, explicou o secretário, o que difere do serviço oferecido pelas unidades da SAS, que abrigam os assistidos apenas no período de recolhimento.

Inialmente, 100 vagas devem ser oferecidas pelas comunidades conveniadas, mas esse número pode aumentar conforme a demana, de acordo com Antunes. A elaboração do convênio ficará a cargo da Subsecretaria de Direitos Humanos da Prefeitura.

Atrasos em repasses

Antunes também foi questionado pelos vereadores da Comissão de Assistência Social sobre a falta de repasses a entidades de assitência social, que ainda não teriam recebido as emendas de 2017, que deveriam ter sido pagas até o fim do ano passado.SAS responde Câmara e lança campanha contra esmola para moradores de rua

Uma das denúncias era de que a SAS teria perdido a documentação de parte das entidades, o que teria causado os atrasos. O secretário negou o sumiço de documentos, e voltou a ressaltar a questão da burocracia, que segundo ele provocou o atraso dos repasses.

“O que acontece é que algumas certidões ficaram vencidas, mas a SAS trabalha para regularizar a situação dessas emendas”, disse Antunes. De acordo com o secretário, pelo menos 20 entidades de Campo Grande já teriam recebido o repasse dos recursos. Uma reunião nesta tarde será feita com as demais entidades para discutir a questão