Clima de festa, fogos de artifício e papel prateado picado deram o tom da solenidade de assinatura da ordem de serviço que autoriza o início das obras da requalificação da , nesta terça-feira (15). Considerada a última esperança dos lojistas da região central, a obra promete, em até 22 meses, devolver o vigor comercial do principal endereço do comércio varejista da Capital.

Para tanto, a requalificação propõe-se a transformar a Rua 14 de Julho numa espécie de “shopping a céu aberto” que privilegiará pedestres, no trecho de 1,4 km situado entre as avenidas Fernando Correia da Costa e Mato Grosso. A nova 14 de Julho terá menos poluição visual, com fiações subterrâneas, calçadas mais largas, segurança pública, conforto, internet wireless e acessibilidade – tudo financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) a um custo de R$ 49.238.507,65.

A obra faz parte do programa de Desenvolvimento Integrado do Município de , chamado pela gestão de Marquinhos Trad (PSD) de Viva Campo Grande II, ou ainda de Reviva Campo Grande, que há quase dez anos enfrenta percalços para a aprovação e liberação dos recursos para início das obras.

“Colação de grau”

Durante a solenidade, marcada pela presença de políticos de todas as áreas e até mesmo por torcidas organizadas dos mesmos, o prefeito destacou que vê a assinatura da ordem de serviço como uma “colação de grau” do projeto, e que por isso era preciso também observar os anos antes da “formatura”.

Reviva Campo Grande é lançado com promessa de 'shopping a céu aberto' no centro novo
(Foto: Divulgação/PMCG)

“Foram quase dez anos até que a gente graduasse esse projeto. Aqui há a digital dos outros gestores, da Divisão de Projetos Especiais, e de todos que contribuíram para destravar politicamente esse projeto junto ao BID”, comentou Trad, que destacou, inclusive, que os ex-prefeitos Nelsinho Trad (PTB) e Alcides Bernal (PP).

Apesar do tom de euforia do lançamento, lojistas presentes à solenidade reforçaram a expectativa de devolver à localidade o vigor comercial de antes, mas também revelaram preocupação com as obras, que podem “afugentar” clientes.

“Essa obra é um grande passo para o futuro, para reviver o comércio e devolver o centro aos campo-grandenses, mas esperamos que as obras sejam tocadas respeitando os lojistas, sem prejudica-los”, destacou Edson Araújo, presidente da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul).

Para Marquinhos, no entanto, a obra será conduzida com transparência, a fim de não prejudicar o movimento na região central. “Há um preparo e um planejamento, ninguém vai fazer nada para prejudicar o comerciante. Eles podem confiar”, conclui.

A obra

O trecho de 1,4 km que parte da Avenida Fernando Correia da Costa até a Avenida Mato Grosso receberá, ao custo de R$ 4,6 milhões, novas intervenções de drenagem. A rua será completamente recapeada, ao custo de R$ 1,3 milhões, assim como terá modernização das redes de água e esgoto (R$ 1,5 milhão).

Reviva Campo Grande é lançado com promessa de 'shopping a céu aberto' no centro novo
Foto: Divulgação/PMCG)

As calçadas serão padronizadas, alargadas e receberão acessibilidade para pessoas com deficiências ou dificuldades de locomoção (R$ 2,4 milhões). Sinalização, paisagismo e iluminação pública refletirão investimentos de R$ 1,8 milhão, R$ 1,4 milhão e R$ 2,4 milhões. O mobiliário urbano, que inclui bicicletários, bancos, lixeiras,, defensas, vasos e murais terão investimento de R$ 1,7 milhão.

Vale lembrar que metade dos investimentos, cerca de R$ 27,7 milhões, serão destinados a substituições da rede “aérea” de energia elétrica para a rede subterrânea. O projeto também prevê a instalação de rede wi-fi gratuita para as pessoas que passeiam ou fazem compras nas lojas localizadas na 14 de Julho. Haverá também a instalação de 11 placas eletrônicas com GPS para auxiliar os pedestres.