Professores e servidores administrativos da rede municipal de ensino de Coronel Sapucaia, cidade a 380 quilômetros da Capital, paralisam as atividades nesta segunda-feira (23) para reivindicar o reajuste anual do piso salarial da categoria e para manifestar contra a terceirização dos administrativos. Com adesão das cinco escolas, a suspensão das aulas deve continuar até esta terça-feira (24) no município.

Ao Jornal Midiamax, uma professora que preferiu não se identificar conta que o ato foi organizado para exigir da prefeitura o reajuste do piso, com o aumento de 6,81%, que deveria ter sido implantado desde janeiro deste ano.

Os alunos das cinco escolas de educação básica do município não tiveram aula devido ao protesto. Apenas os Ceinfs (Centros de Educação Infantil) funcionaram normalmente. Ainda pela manhã, os manifestantes fizeram uma caminhada, partindo da praça central da cidade para a frente da prefeitura, com cartazes de suas reivindicações.

De acordo com a docente, em março, um representante da categoria entrou em contato com a prefeitura para saber sobre a previsão de reajuste, mas não obteve um posicionamento. “Diante do nosso questionamento sobre a implantação do piso, ele levou um requerimento no dia 20 de março para a prefeitura, solicitando uma posição do executivo e da secretária de educação. Depois, nos reunimos novamente, e ele nos disse que não havia posição”, explicou.

Além do piso, a paralisação é um protesto contra a terceirização dos servidores administrativos da educação. Segundo a professora, o município está estudando a possibilidade de terceirizar estes servidores, que na visão dela, é prejudicial para os concursados e para a cidade. “Vai ter uma alteração muito grande no orçamento do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação]”, disse.

Sobre a paralisação, a secretária de Educação de Coronel Sapucaia, maria Eva Gauto, disse ao Jornal Midiamax que a categoria não procurou o município para dialogar sobre o reajuste. “Eles organizaram esta paralisação e em nenhum momento entraram em contato comigo, que sou secretária de educação. Foi uma manifestação completamente precipitada, estamos abertos para conversar, mas eles não nos procuraram”, afirmou.

Conforme a titular da pasta, a prefeitura ainda não fez o reajuste em função do orçamento do município. “Sobre o piso salarial, a gente cumpriu no ano passado, mas não este ano. Estamos estudando o caso, isso depende do índice do que o prefeito pode gastar com folha”, disse.

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(Com Mylena Rocha)