A paralisação dos caminhoneiros tem causado grande movimentação nas ruas de Campo Grande. Nesta quinta-feira (24), os postos estão aglomerando filas e os ônibus sequer estão parando nos pontos por causa da superlotação. Com a redução das linhas, as pessoas estão tendo de esperar um pouco mais para conseguirem pegar ônibus.

Nas prateleiras dos mercados, os preços já sofrem o impacto da falta de entrega pelas transportadoras, paralisadas nas estradas. Contudo, e apesar do impacto direto que a população sofre, os caminhoneiros recebem total apoio nas ruas da Capital.

Para maior parte da população entrevistada pelo Jornal Midiamax, o serviço prestado pelos caminhoneiros é essencial, pois são responsáveis por transportar, principalmente, alimentos e produtos de uso diário a todos. Laene da Silva (22), justificou seu apoio a greve dizendo que “a paralisação o é importante porque os caminhoneiros estão exercendo um direito”.

Para o taxista Carlos Alberto Araújo da Silva (44), ainda que a paralisação atinja diretamente seu trabalho, pelo risco de faltar combustível nos postos, é uma atitude que precisava ser tomada. A greve. Segundo Carlos, a greve deveria ser geral, todos os setores unidos.

Alguns comerciantes da região central acreditam que os preços elevados, justificados pela paralisação, acontecem por parte de aproveitadores, que buscam levar vantagens sobre situações como a atual. Para Algeu Vaz (53) “o protesto tem dois lados, e sempre tem os aproveitadores”.

Izac Barbosa de Souza (51), vendedor de pipoca na região central, acredita wue o Brasil inteiro deveria parar. “Se todos tiverem de andar a pé para melhorar, então tem que ser, afinal, ninguém nasceu de carro”.

Campo-grandese apoia paralisação dos caminhoneiros mesmo com os impactos
Cícero Caboclo

Já o operário Cícero Caboclo (59) disse concordar com a paralisação porque não é somente uma questão de preços e valores, mas da vida dos próprios trabalhadores que correm riscos de morte na estrada para que o alimento, a gasolina e os demais produtos cheguem até as casas dos cidadãos.

Segundo Cícero, o trabalho dos caminhoneiros merece ser respeitado e suas reivindicações são justas, uma vez que são eles que permitem a todos terem em suas casas aquilo que querem ou precisam. “Eles comem resto, mijam em pneu e morrem como cachorro”, afirmou, defendendo os profissionais em protesto.