Pacientes da UBS (Unidade Básica de Saúde) Dona Neta, localizada no bairro Guanandi, afirmaram terem sido obrigados a saírem do interior da unidade por volta do meio dia desta quinta-feira (25), mesmo sob forte chuva.
Segundo os relatos, enquanto aguardavam atendimento, chegou o horário de fechamento da unidade, no qual os funcionários saem para o almoço. Assim, todos tiveram que sair do local, entre os quais estavam idosos e pessoas com crianças de colo. Fora da unidade chovia e ventava forte e muitos pacientes se molharam.
Eles reclamam, portanto, da falta de estrutura para acolher pacientes, ao menos nos dias de chuva. “Podiam pelo menos deixar um guarda municipal no local para que a gente não seja obrigada a se molhar enquanto espera. Isso aconteceu a semana toda e essa cobertura aqui não dá para proteger quando tem chuva”, relata Lurdes Nunes, 44 anos, desempregada. Ela afirma ter chegado à unidade por volta das 10h30. “Eu uso aparelho auditivo que não pode se molhar”, acrescenta.
“Começou a chover forte e a gente entrou e depois mandaram a gente sair e ficar do lado de fora, mas estava chovendo com vento, não protegia. O mais absurdo era porque tinha muito idoso. Em dia de chuva poderia ter pelo menos uma pessoa para que a gente não tenha que ficar na rua”, comenta Eliete Campos Moreno, 46 anos, vendedora. Ela chegou ao local às 9h.
De acordo com os pacientes, a UBS Dona Neta atende por hora de chegada, por isso, é comum formarem-se filas para atendimento. Eles afirmam que em outros postos de saúde situação semelhante se repete. No Dona Neta, o número de dentistas também seria insuficiente para a demanda e só três pacientes seriam atendidos por dia.
O aposentado Arnaldo Paixão dos Santos, de 68 anos, estava molhado quando a reportagem chegou ao local. Assim como ele, José Benites, 78 anos, também aposentado, teve que sair do local e expor-se à chuva durante o horário do almoço.
“A gente se sente mal com isso, né… Onde já se viu deixar as pessoas na chuva porque o local fecha. Pelo menos nesses dias tinha que ficar alguém”, comenta Santos. “Podiam colocar também orientações na porta, sobre o número de médicos e dentistas, como faz o agendamento das consultas. Assim a gente viria só na hora que tem que vir”, comenta Benites.
O que diz a Sesau
A reportagem questionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) sobre o fato. Por meio de nota negou que pacientes foram orientados a saírem do local sob chuva. Confira nota na íntegra:
“A informação da unidade é de que, diferente do que está sendo relatado, todos os pacientes que estavam na unidade antes do horário de fechamento no período da manhã (11h) foram orientados a permanecer no interior da unidade e foram distribuídas senhas para organizar o atendimento após a reabertura, que acontece às 13h.
Conforme a gerência, muitos pacientes chegaram antes das 10h aguardando ou passar por consulta ou para fazer o agendamento que é feito somente no período vespertino. Justamente por conta da chuva, houve a preocupação por parte dos servidores de recolher estes pacientes para a recepção, no entanto foi necessário fechar a porta, uma vez que a unidade não estaria em funcionamento.
Eventualmente, pacientes que chegaram após esse procedimento ter sido tomado acabaram ficando de fora o que, provavelmente deve ter gerado a reclamação. Porém, conforme já mencionado, todos os pacientes que estavam aguardando anteriormente ao fechamento permaneceram dentro da unidade.
Quanto a reclamação referente ao atendimento odontológico, realmente está havendo uma limitação no número de agendamentos porque o CEO Guanandi está apenas com 2 dentistas atendendo. No entanto, todos os pacientes estão sendo agendados para datas posteriores não havendo prejuízos quanto a assistência.”
(Colaboraram Mylena Rocha e Mariane Chianezi)