A morte de Uéliton Flávio de Oliveira, de 24 anos, reacendeu a discussão sobre o perigo do esporte que envolve peões e montaria em touros: o rodeio. O peão morreu na noite deste domingo (8) durante Exposição Agropecuária em , 407 km de Campo Grande, e o acidente foi filmado.

A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a organização do evento e um dos representantes explicou que o rapaz teria assinado seguro de vida antes de participar da competição, estando assim, ciente dos perigos que corria.

“Foi uma fatalidade. Nós tínhamos um contrato com a ACR [grupo que organiza rodeios] e os peões tinha tudo segurado. Tudo foi recolhido, teve um contrato. Isso nunca aconteceu antes”, comentou um dos organizadores que preferiu não se identificar.

Em sua rede social, Uéliton deixava claro o amor pelo esporte, com várias fotos praticando montaria e descrevendo sua profissão como “competidor em touros”. Com toda a documentação entregue para a associação e assinando tudo o que precisava, Uéliton estava ciente de todos os riscos que corria ao entrar na arena e montar, diz a organização.

O organizador comenta que a família do peão está recebendo todo o suporte necessário para as despesas do sepultamento do rapaz. “Estamos fazendo tudo o que podemos fazer. Fora o seguro [que a família vai receber], vamos ajuda-los com as demais despesas”, afirmou à reportagem. O valor do seguro que será entregue a família não foi divulgado.

A reportagem entrou em contato com a ACR e com a delegacia de Polícia Civil de Paranaíba para demais esclarecimentos, mas ligações não foram atendidas.

Tragédia

Uéliton Flávio de Oliveira, de 24 anos, morreu na noite deste domingo (8) em uma feira agropecuária da cidade de Paranaíba, após ser pisoteado por um touro.

O peão participava de um rodeio na disputa de prêmios e quando estava em cima do touro, próximo de completar a prova de 8 segundos, acabou caindo sendo pisoteado na nuca.

Uéliton morreu na hora. A arena do rodeio estava lotada de pessoas, e o festival foi encerrado depois do corpo ser retirado da arena.

Dos clubes de laço para a Netflix: os 8 segundos mais perigosos do mundo

VÍDEO: 'Sabia dos perigos', diz organização sobre peão de rodeio que morreu em frente às câmeras
Foto: Reprodução/Netflix

A série-documentário produzido pela Netflix, ‘Fearless – Oito Segundos para a Glória” foi lançada em 2016 e gerou polêmica entre os assinantes. Os episódios contam unicamente com as histórias de brasileiros campeões em montarias no país e até fora dele. Assista ao trailer aqui.

O lançamento desagradou quem é contra o esporte, por usar animais e explorá-los nos campeonatos. Na época do lançamento da produção, os internautas até pediram a retirada do material da plataforma e anunciaram boicote à empresa.

Um portal chegou a publicar matéria de repúdio contra a produção. “Infelizmente, a Netflix, maior empresa de transmissão online de filmes e séries do mundo, acaba de lançar uma série totalmente desnecessária […]  a série vai mostrar as origens do rodeio nos EUA e no Brasil, bem como os bastidores desta prática onde a crueldade animal está presente”, dizia site.

Ativistas chegaram a se manifestar contra a plataforma, mas o fato é que ‘Fearless’, que na tradução livre significa ‘com menos medo’ ou ‘destemido’, continua com os seus seis episódios disponíveis e divide opiniões de quem os assistiu. Mas rodeios são realmente perigosos?

A revista Super Interessante divulgou o ranking dos esportes mais perigosos do mundo e os rodeios aparecem na oitava posição de uma lista com 10 esportes.

Segundo as informações divulgadas, o esporte tem 12 mil praticantes e a cada mil peões, 0,25% perdem a vida durante as competições. Porcentagem equivale a 2,5 peões.

Na descrição da lista, a revista descreve o rodeio como: “ainda que muitos pensem nos direitos dos touros, quem corre risco de morte é o peão que cai dele e pode ser pisoteado e chifrado”. O peão que precisa ficar 8 segundos no lombo do touro, conhecidos como “os 8 segundos mais perigosos do esporte”, pode sim perder a vida durante a montaria.