Outubro é o mês de combate ao câncer de mama no Brasil. Registros da SES (Secretara Estadual de Saúde) de Mato Grosso do Sul apontam uma queda nas mortes pela patologia no Estado, mas os números ainda estão longes de serem os ideais. Especialistas garantem que a desinformação e o medo são os principais vilões no tratamento e diagnóstico precoce da doença.

De janeiro a agosto deste ano, a SES registrou 140 mortes por câncer de mama contra os 142 óbitos no mesmo período de 2017. O diagnóstico tardio é um dos fatores que contribuem para que a cura seja uma realidade distante. Apesar da consciência avançada sobre a patologia, especialistas acreditam que o acesso ao atendimento precisa melhorar no Estado.

O oncologista Amauri Ferreira de Oliveira explica que os primeiros sintomas do câncer são nódulos palpáveis que a mulher pode identificar fazendo o autoexame de forma rotineira. Apesar de ser um procedimento simples, a falta de orientação faz com que a maioria das pacientes procure atendimento médico quando o tumor já está em estágio avançado.

“Nesses estágio, o tratamento é muito mais agressivo e faz com que a paciente e os familiares sofram mais.”

A auto estima, de acordo com o médico, está diretamente ligada com o tratamento e, apesar da cura distante, os estudos estão avançados. Novas terapias e medicamentos acendem a esperança de quem precisa passar pelo doloroso caminho da quimioterapia.

“A imunobiologia do câncer é muito complexa e isso dificulta a interrupção do crescimento do tumor. Existem milhares de vias de crescimento e as drogas são específicas para uma determinada via”, explica o médico.

O medo do diagnóstico e da retirada total ou parcial dos seios fazem com que parte das mulheres, acima dos 40 anos, demorem para procurar ajuda. Médicos oncologistas divulgam em seus consultórios o tratamento por imunoterapia como aliado para evitar ações drásticas. O tratamento consiste em estimular o próprio sistema de defesa do corpo e atacar o tumor.

Além disso, profissionais ressaltam que a oncologia está em momento humanizado com terapias eficazes, menos agressivas e efeitos colaterais menores, já que a mutilação é um trauma grande com perda da imagem corporal e até depressão.

Como o melhor remédio ainda é a prevenção, Amauri aconselha todas as mulheres a realizarem o autoexame que deve ser feito, de preferência uma semana após a menstruação, deitada e na frente do espelho. O exame de mamografia também deve ser realizado anualmente após os 40 anos de idade.

A mulher deve colocar uma mão na nuca e com a outra apalpar a mama. Caso sinta inchaço, saliência ou rugosidade deve procurar imediatamente um médico.