Os eletricitários fazem um protesto na manhã desta segunda-feira (11) contra as frequentes demissões ocorridas nos últimos anos. A manifestação ocorre em frente ao Centro Operacional da Empresa no dia em que a concessionária completa 39 anos.

Segundo informações da Sinergia-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul), 631 trabalhadores foram demitidos desde 2014, quando o grupo Energia assumiu a concessionária Enersul. Só em 2017, foram 178 desligamentos.

O sindicato defende que as demissões refletem na qualidade do serviço, visto que a Energisa é uma das empresas com maior número de reclamações no Procon-MS. Em Campo Grande, por exemplo, foram mais de 900 registros nos primeiros quatro meses deste ano.

O vice-presidente do sindicato, Elvio Vargas, comenta que a manifestação é pacífica em frente à concessionária e que os trabalhadores entregam materiais informativos no trânsito. “Somos 600 pessoas protestando hoje, estamos fazendo um movimento sobre esta alta rotatividade na empresa”, afirma.

No aniversário de 39 anos da Energisa, trabalhadores protestam contra demissões
Trabalhadores protestam contra as demissões feitas pela empresa. (Foto: Sinergia-MS)

O protesto acontece durante a manhã, mas segundo o sindicato, os trabalhadores já planejam uma greve caso a situação persista. “A gente está fazendo um movimento de repúdio a esta situação. Somos 2,5 mil trabalhadores em todo o estado e faremos também uma manifestação em frente à Eletrosul contra a privatização”, diz o vice-presidente.

Em nota, o Sinergia ressalta que o estado tem uma das tarifas de energia mais caras do Brasil. “O último reajuste, em abril deste ano, foi de 10,65% para imóveis residenciais e comerciais. Mas devido a uma gestão marcada pelo descaso com os trabalhadores e com os clientes, esses altos custos, que geram altos lucros para a Energisa/MS, não retornam à população, que vem recebendo um serviço de péssima qualidade”, diz em nota.

O sindicato informa que irá propor uma audiência pública para discutir a qualidade do serviço, além de denunciar o descaso com clientes e trabalhadores. Em nota, a Energisa afirma que investiu mais de R$ 1 bilhão entre os anos de 2014 e 2017 e que o quadro de colaboradores aumentou em 33% com a internalização dos serviços. “Também vale ressaltar que a Energisa é a segunda distribuidora de energia com o menor reajuste tarifário do país, conforme o último ciclo de Revisão Tarifária em abril/18”.