A Festa dos Trabalhadores 2018, o principal evento em alusão ao 1º de maio em , atrai bem mais que pessoas interessadas nos festejos e nos sorteios generosos que deverão ocorrer logo mais, na praça do Rádio, região central da Capital. Do “outro lado” da festa, são os , barraqueiros e demais comerciantes informais que abrem mão do descanso do feriado em busca de incrementar a renda. Um negócio da China, digamos assim, já que os lucros decorrentes da festa são semelhantes ao que se obtém no carnaval, de acordo com os vendedores.

Na expectativa de lucrar, ambulantes chegam de madrugada
Clayton chegou às 21h do sábado para guardar lugar na praça (Foto: Mylena Rocha/Midiamax)

Mas, é preciso organização e agilidade para conquistar um espaço de vendedor na praça. Como os fiscais da Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana) não rondam a Praça do Rádio durante o evento, a concorrência e a busca por um espaço para faturar com a venda de alimentos e bebidas chega a ser acirrada. E cansativa, diga-se de passagem: tem dono de barraca que chegou no início da noite do sábado (30), para não correr o risco de ficar de fora.

Como Clayton Kammer da Silva, que desde 1993 trabalha com a venda de pasteis e salgados nas feiras livres distribuídas pela cidade. Ele afirma ter chegado ainda ontem, às 21h, para poder guardar os lugares da barraca. “Como eu estava sozinho, passei a noite toda aqui. Só hoje as ajudantes chegaram. Eu nem dormi”, conta. “Quando eu cheguei, tinha um papel escrito ‘hot-dog' no chão. mas tem que chegar e ficar, não adiante escrever nome”, brinca o vendedor.

Na expectativa de lucrar, ambulantes chegam de madrugada
Joyce é a “rainha” dos cachorros quentes nos eventos da cidade (Foto: Mylena Rocha/Midiamax)

A possibilidade de alto lucro é o que parece mais atrair ambulantes e comerciantes informais. Como o evento reúne bastante gente – além de show de Munhoz e Mariano, às 19h, o evento ainda tem programações culturais diversas e até o sorteio de um HB20 entre os presentes – a expectativa de faturar bem mais que o comum quase sempre se confirma.

Joyce Albuquerque também chegou no sábado, às 19h, para guardar o lugar de sua barraca de cachorro-quente. “É a melhor festa do ano na questão de rendimento, junto com o carnaval. Também dormi aqui pra segurar lugar, a concorrência é grande”, conta Joyce, que atua há 20 anos “na noitada”, como ela mesmo diz. “Numa festa normal, eu vendo no máximo mil cachorros-quentes. Mas, hoje, aposto que vendo umas duas mil”, diz.

Diversidade e gastronomia

Na expectativa de lucrar, ambulantes chegam de madrugada
Vendedores investiram em diversidade gastronômica (Foto: Mylena Rocha/Midiamax)

Além das comidas que sempre se vê em eventos públicos, como pastel, salgados e cachorros-quentes, tem vendedor que aposta na diversidade gastronômica para atrair os clientes famintos. Maria Antônia Fernandes, que atua no ramo há 28 anos, chegou 1h da madrugada na Praça do Rádio e levou arroz carreteiro, feijão tropeiro, coxinha de copo e até um lanche especial, chamado X-Entreveiro.

“É um pão que leva carne, bacon, calabresa, queijo, etc. Trouxe variedade de produtos porque quero atender todos os gostos”, conta a cozinheira. “Tem cinco anos que venho pra essa festa, o lucro é bom, não decepciona. Minha expectativa é faturar uns R$ 3 mil. Pra mim é ótimo trabalhar no Dia do Trabalhador, porque é uma oportunidade de trabalho e de ganhar mais. É uma honra trabalhar nesse evento”, afirma.

Na expectativa de lucrar, ambulantes chegam de madrugada
Por R$ 2, as canetas de marina ganharam lugar dos brinquedos (Foto: Mylena Rocha/Midiamax)

A diversidade também é de produtos. Marina Nascimento sempre vendia de brinquedos na festa, mas percebeu que todos procuravam por canetas, o que a fez mudar de ramo. Desta vez ela trouxe as canetas. ” E também gelinho, devido ao calor”, comenta.

Chegaram só hoje

Na expectativa de lucrar, ambulantes chegam de madrugada
Osandro espera vender 200 churros (Foto: Mylena rocha/Midiamax)

Em meio aos quitutes e demais produtos, os vendedores garantem que não fica rancor de quem consegue lugar bom e madruga na fila. “Tem ano que tem confusão, já vi acontecer antes. Mas, quem chega cedo segura lugar, né?”, conta Osandro Rocha, que diferente das outras pessoas, chegou á praça somente às 14h do domingo com seu carrinho de churros.

Apesar de não considerar um grande evento, ele espera vender cerca de 200 unidades de churros. “A gente nem conta como trabalho. É uma diversão estar aqui e ainda ganha um dinheirinho. Vim aqui, vejo o show e vejo o movimento”, comenta.

Já a pipoqueira Lusinete Jesus Ramos, que está no ramo há 30 anos e chegou à festa às 14h, não está muito confiante de que irá vender mais do que o comum. “O dia está muito quente e a questão do clima influencia na venda de pipoca. Como ela já é salgada, as pessoas ficam com mais sede”, conclui.