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Cotidiano

Na antiga rodoviária, a esperança de dias melhores é o que sustenta os comerciantes

Pessoas de um lado para o outro, lojas cheias, intenso movimento nas plataformas. Tudo isso foi ficando para trás quando a rodoviária localizada na região central de Campo Grande parou de funcionar, em 2010. A mudança de endereço foi abalando pouco a pouco os comerciantes que movimentavam a economia do local. Tendo que presenciar as […]
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Pessoas de um lado para o outro, lojas cheias, intenso movimento nas plataformas. Tudo isso foi ficando para trás quando a rodoviária localizada na região central de parou de funcionar, em 2010. A mudança de endereço foi abalando pouco a pouco os comerciantes que movimentavam a economia do local.

Tendo que presenciar as portas dos comércios fechando uma por uma com o passar dos anos, os comerciantes que ainda mantém vendas ativas na seguem na esperança de um dia as vendas voltem a ser como era antes. Atualmente, dos 233 salões, apenas 50 abrigam comércios com portas abertas.

Na antiga rodoviária, a esperança de dias melhores é o que sustenta os comerciantes
Foto: Minamar Júnior/Jornal Midiamax

Com 78 anos de idade, sendo 25 só como vendedor no local, Ermínio Rodrigues relembra os tempos antigos na região. “Nem se compara com o que virou hoje. Isso aqui era cheio de gente pra cima e pra baixo [sic]. Como eu ainda vendo [títulos de capitalização] ainda fico por aqui, mas é triste ver como ficou largado”, comenta ele, sobre a estética externa do ambiente.

Impossível falar da aparência de fora da rodoviária sem citar os problemas sociais que assolam os arredores do prédio. Usuários de droga que usam o local para dormir e como ponto de tráfico acaba intimidando a ida de pessoas ao local para prestigiar os estabelecimentos.

O vendedor de capitalização fala que os comerciantes tiveram de aprender a conviver com os moradores de rua e não deixar que os estabelecimentos ficassem ainda mais abandonados. “Eles vêm aqui na porta pede dinheiro, comida, bebida, aí temos que ignorar. Não dando atenção eles pegam e vão embora. Não tem jeito, tem que saber lidar”, afirmou.

Muitos comerciantes deixaram de acreditar nas promessas de melhorias e permanecem ali apenas por ser a única forma de rendimento. Proprietário de lanchonete se recusou a falar com a reportagem, mas esbravejou: “Estamos cansados dessa situação aqui. Não adianta mais”.

Na antiga rodoviária, a esperança de dias melhores é o que sustenta os comerciantes
Foto: Minamar Júnior/Jornal Midiamax

Outro comerciante, que preferiu não se identificar, toca sua loja de presentes na antiga rodoviária há 30 anos e diz que o movimento de antigamente deixa saudades. “As pessoas vinham muito aqui, eu tinha muita venda. Agora os clientes têm medo de vir aqui por causa desses usuários. A gente espera que um dia isso melhore”, disse ele, comentando que têm dois salões comerciais no local.

Diferente dos comerciantes que estavam na rodoviária antes da mudança, uma vendedora de artesanato que também não quis se identificar, abriu sua loja há 8 anos, assim que aconteceu a mudança. Questionada sobre o porquê de escolher salão na antiga rodoviária para vender ela disse que viu uma oportunidade.

“Quando eu vim para cá já não tinha mais a rodoviária. Na época eu aceitei porque o artesanato é um hobby meu e vender é consequência. Eu não dependo das vendas aqui, tenho minha aposentadoria e outra renda, o que me preocupa é quem vive só do comércio aqui, porque não tem mais movimentação”, afirmou.

Revitalização 

Na antiga rodoviária, a esperança de dias melhores é o que sustenta os comerciantes
Foto: Minamar Júnior/Jornal Midiamax

A síndica administrativa do Centro Comercial Terminal do Oeste, Rosane Nely Lima, disse que a estrutura do prédio da antiga rodoviária, que é 90% propriedade particular, é sempre fiscalizada por engenheiros e que com frequência reparos são realizados.

Ela também explica que a administração e os comerciantes fazem a sua parte, mas o poder público também deve dar atenção aos problemas sociais do local. Previsto para começar no segundo semestre de 2019, a revitalização ainda está sendo planejada pela Prefeitura Municipal.

Um emenda de bancada garantida por Marquinhos Trad (PSD) e que pode ser liberada ao longo de 2019, prevê a utilização de R$ 15,5 milhões para o projeto de requalificação  da área pública do Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu, antiga rodoviária de Campo Grande.

“A revitalização contribuirá para o estímulo a concentração de atividades econômicas, sociais e de circulação de pessoas no antigo Terminal Rodoviário, bem como atrair novos serviços de vizinhança e oportunidades de trabalho, emprego e renda”, afirmou prefeitura em nota.

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