O espírito de solidariedade invadiu o bairro Coophasul, na última terça-feira(11), em . Uma moradora decidiu criar um varal com doações de roupas e acabou mobilizando moradores de toda a vizinhança para também fazer o bem.

Adriana Billo montou um brechó com doações de roupas com objetivo de arrecadar fundos para a Igreja Anglicana. Entretanto, a tapeceira percebeu que muitas vestimentas não poderiam ir à venda por terem pequenos defeitos, mas serviriam para aquecer os mais necessitados.

Foi durante uma reunião com os três enteados que Adriana teve a ideia de montar o ‘Varal da Solidariedade'. Unindo o útil ao agradável, a moradora juntou as roupas e colocou em exposição no portão de casa.

Os enteados Iarley, de 12 anos, e Keirrison, de 7 anos, confeccionaram um cartaz sinalizando que as vestimentas estavam disponíveis para quem precisasse. Na placa, eles ainda pedem que os moradores levem doações e engrosse o varal.

“Fizemos um cartaz bem simples para quem precisa levar (as roupas) e o pessoal já veio, já levou e já trouxe também.”

A mulher explica que a região do Coophasul é rodeada por bairros carentes onde moram mulheres marginalizadas, abandonadas pelo marido e também que sofreram violência doméstica. E foi pensando nessas pessoas que o Varal da Solidariedade nasceu.

“É um trabalho de formiguinha, vamos nos organizando para fazer esse fortalecimento.”

O primeiro dia da ação contou com grande fluxo de criança, principalmente no horário da saída das aulas. As roupas, de acordo com a idealizadora, trouxeram alegria para quem recebeu a doação.

“Eu vi a felicidade no olhinho deles. Para as meninas, de 11, 12 anos, ter uma blusinha nova, limpinha e bonitinha é tudo que elas querem. Não tem rasgo, eu lavo tudo com o maior carinho.”

Adriana conta que os próximos passos serão levar conscientização para todo o bairro que, segundo ela, é de classe média. A disparidade entre o nível social do Coophasul para os outros bairros periféricos é o maior motivo para o Varal da Solidariedade continuar a existir.

“Queremos que todo mundo contribua. As vezes temos roupa em casa há anos guardada esperando que a gente um dia volta a usar, quando emagrecer, por exemplo, mas essa roupa pode fazer alegria de alguém que não tem nada”, finaliza.