Lotados, ônibus não param e passageiros chegam a esperar três coletivos para conseguirem embarcar
O cansaço após um dia de trabalho só não é maior que a insatisfação dos usuários do transporte público que utilizam a linha 080 – Aero Rancho / General Osório, em Campo Grande. No ponto da Rua Brilhante, passageiros raramente conseguem embarcar no primeiro veículo que passa nos horários de pico, entre às 17h e […]
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O cansaço após um dia de trabalho só não é maior que a insatisfação dos usuários do transporte público que utilizam a linha 080 – Aero Rancho / General Osório, em Campo Grande. No ponto da Rua Brilhante, passageiros raramente conseguem embarcar no primeiro veículo que passa nos horários de pico, entre às 17h e 19h. A superlotação faz com que trabalhadores, idosos e crianças aguardem, sob o sol quente que assola a Capital, cheguem a esperar até três ônibus passarem para conseguir algum espaço dentro dos ônibus.
Ainda há quem arrisque subir e se acomodar rente às portas do coletivo na esperança de chegar mais cedo em casa. Em alguns casos, a concentração de passageiros é tanta dentro do veículo que o motorista não para nos pontos.
A situação enfurece os campo-grandenses que precisam contar com a sorte. Rosangela Alves veio de Goiás e garante que nunca viu tamanho descaso com o transporte público como na Capital de Mato Grosso do Sul. A promotora de merchandising conta que quando chega no ponto precisa esperar dois ou três ônibus até conseguir subir no coletivo.
“A babá da minha filha fica irritada porque eu me atraso, tenho hora para sair do trabalho e não consigo sair mais cedo. Veículo sempre lotado, sem ar condicionado, eu fico inconformada porque tenho que esperar diversos ônibus da (linha 080) até subir em um.”
Se a escassez dos veículos e a falta de acomodação já geram transtornos para os mais jovens, a situação fica crítica no caso dos idosos. Aos 69 anos, Irene Barros não se conforma em como é tratada pelo Poder Público quando depende do transporte coletivo.
A moradora do Jardim Centenário vai uma vez ao mês até a área central da cidade para pagar contas. Dentro do coletivo, apesar da idade, muitas vezes precisa ficar esmagada no meio dos outros passageiros.
“A gente entra no ônibus e fingem que não veem, não dão lugar pra sentar. Hoje precisei ir até a rodoviária e tive que esperar até conseguir subir em alguma linha porque estavam todas lotadas. A situação caótica do transporte público está em toda Campo Grande. Nota zero.”
‘Ruim, caro e atrasado’
Os campo-grandenses não escondem a insatisfação com o serviço de transporte público que é oferecido pela Prefeitura atualmente. O ‘passe de ônibus’, que antes era R$ 3,70, aumentou para R$ 3,95 nesta segunda-feira (3) e resultou em enxurrada de reclamações dos passageiros.
Para se ter uma ideia do que isso representa no orçamento, um passageiro que utiliza dois ônibus por dia, durante 30 dias, antes, gastava R$ 222 em um mês. Com o novo valor, serão gastos 237 no mesmo período.
O aumento de R$ 0,25 representa 6,75% de reajuste na tarifa do transporte, ou seja, dois pontos percentuais acima da inflação oficial, de 4,56% nos últimos 12 meses, conforme o IBGE.
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