Pretendem ficar até fim de reunião que ocorre em Brasília
Cerca de 120 índios de diversas etnias bloqueiam a BR-163, em direção a Jaraguari, na manhã desta terça-feira (6), em Campo Grande. De acordo com as lideranças, um dos principais motivos é a troca da ONG (Organização Não Governamental) que cuida da saúde indígena em diversas cidades do Estado.
De acordo com o cacique ofaié, Marcelo da Silva Lins, que representa o grupo, a manifestação reúne índios ofaiés de Brasilândia, guatós de Corumbá, terenas de Sidrolândia, Aquidauana, Miranda e Dois Irmãos do Buriti, kinikinaus de Miranda e kadiwéus de Bodoquena. Segundo a liderança, os guarani-kaiowá não conseguiram chegar a tempo e estariam bloqueando uma estrada no sul do Estado.
Segundo a liderança Ofaié, um edital trocou a ONG Missão Evangélica Caiuá, que prestava assistência à saúde indígena, para a ONG Santa Casa de Minas Gerias, mas o grupo não concorda com a mudança. A liderança diz que as decisões que afetam diretamente às comunidades estão sendo tomadas pelo governo Federal sem que os índios sejam ouvidos. Ainda conforme a liderança, o grupo também reclama de ações do titular da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), Marco Antônio Toccolini.
Ainda segundo o cacique, a manifestação deve ocorrer até às 13 horas, quando uma reunião em Brasília, que reúne 34 conselhos distritais indígenas deve acabar.
De acordo com o chefe da delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal) André Gimenez, o congestionamento no local atinge cerca de cinco quilômetros em ambos os sentidos.
A corporação está negociando com os manifestantes e a pista foi liberada por cinco minutos, em sistema de pare e siga. Os policiais também tentam que os manifestantes apaguem o fogo ateado em pneus, para evitar que o asfalto seja danificado e um caminhão pipa da CCR MSVia foi acionado. O coordenador da Funai (Fundação Nacional do Índio), Paulo rios, esteve no local e disse que a situação era pacífica e que realmente, os índios devem ficar até o fim da reunião em Brasília.
Um dos motoristas que está parado no local é o caminhoneiro José Benjamim. “Vim de Nova Alvorada e estou parado aqui desde 5 hora da manhã. Precisava buscar uma máquina agrícola e deveria ter chegado às 8h30 em Camapuã”, conta.