Em seis meses 289 animais foram atropelados na MS-040

289 animais foram atropelados na MS-040 no período de seis meses. É o que revela o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), em parceria com a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB). Do total, 14 antas e outras espécies ameaçadas de extinção, como o cachorro vinagre e tatu-canastra morreram. Buscando soluções para a […]

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289 animais foram atropelados na MS-040 no período de seis meses. É o que revela o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), em parceria com a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB).

Do total, 14 antas e outras espécies ameaçadas de extinção, como o cachorro vinagre e tatu-canastra morreram. Buscando soluções para a problemática dos acidentes, em fevereiro de 2018, o Ministério Público Estadual e pesquisadores do IPÊ/INCAB estabeleceram metas de atuação.

A Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (AGESUL) e o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), receberam um estudo técnico detalhando o problema, mas os órgãos responsáveis não deram sequência ao caso. Uma Ação Civil Pública foi instaurada pela 34ª Promotoria de Justiça responsabilizando o estado, as instituições e empresas que realizaram as obras de pavimentação da MS-040 pela falta, que ocasionou as mortes.

 

Soluções para o problema

 

A autora de um plano de mitigação que procura soluções para o problema, Patrícia Medici, afirma que a falta de ação dos órgãos responsáveis pela rodovia, vai continuar ocasionando as mortes de animais e consequentemente de humanos. “Os dados que vem sendo gerados por nossas pesquisas, são extremamente claros. Eles reforçam a urgência da tomada de medidas. Já produzimos o plano de mitigação que pode reduzir as colisões, mas mesmo assim ainda não foi colocado em prática, ” relata Patrícia, coordenadora da INCAB.

Uma ação civil ajuizada em junho, pede que os réus sejam condenados a implantar todas as medidas previstas no plano de mitigação apresentada pelo IPÊ, no prazo de um ano, sob pena de multa. Porém, os pedidos de liminares foram negados e o ministério público recorreu da decisão.

Ainda de acordo com a ação civil, Estado e IMASUL, teriam o prazo de noventa dias para elaborar estudos e aprovar normas para aperfeiçoar o licenciamento ambiental de construção, pavimentação, duplicação ou reforma de estradas e rodovias de Mato Grosso do Sul.

 

Descaso

 

Para o Promotor de Justiça Luiz Antônio Freitas de Almeida, autor da ação Civil e também do recurso, os pedidos liminares merecem acolhimento, que deveriam ter sido implantados até dezembro de 2015 pela AGESUL e pelas empreiteiras contratadas para fazer a obra. Mas até hoje não saíram do papel.

Dados da INCAB/IPÊ incluindo os números de animais silvestres mortos na MS-040 entre fevereiro e julho 2018:

Cachorro-do-mato: 69
Tatu-peba: 49
Aves não identificadas: 27
Tamanduá-bandeira: 19
Anta Brasileira: 14
Tamanduá-mirim: 13
Carcará: 13
Mamíferos não identificados: 8
Capivara: 7
Passeriforme: 6
Seriema: 6
Irara: 5
Coruja-buraqueira: 4
Serpentes não identificadas: 3
Anfisbena: 3
Cervídeo: 3
Canídeo: 3
Mão-pelada: 3
Raposinha-do-campo: 2
Cobra-coral: 2
Tatu-de-rabo-mole: 2
Quiri-quiri: 1
Pica-pau-branco: 1
Gambá: 1
Gato-mourisco: 1
Quati: 1
Gavião-carijó: 1
Cuíca-dágua: 1
Ameiva: 1
Aracuã-do-pantanal: 1
Jaguatirica: 1
Pica-pau-do-campo: 1
Jararaca: 1
Queixada: 1
Bem-te-vi: 1
Rapinante: 1
Urubu: 1
Cachorro-vinagre: 1
Urubu-de-cabeça-preta: 1
Columbiforme: 1
Tatu-canastra: 1
Gambá-de-orelha-branca: 1
Caprimulgiforme: 1
Cobra-cega: 1
Cervo-do-pantanal: 1
Perdiz: 1
Veado-catingueiro: 1
Anu-branco: 1
Pecarídeo: 1

 

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