O (Exame Nacional do Ensino Médio) está na reta final e neste domingo (4) acontece o primeiro dia de provas. O conteúdo abordado será o de linguagens, ciências humanas e a tão temida redação. O Jornal Midiamax conversou com professores de escolas e cursinhos de com sugestões de temas para estudar a poucos dias da prova.

O professor Ale Jamil Meres, do Nota Dez, explica que a melhor dica é estruturar o tema antes de começar a escrever. “À medida que o candidato for tendo alguma sugestão ou palpite, pegue o tema e o estruture com causa e consequência, aí ele vai ter uma visão ampla do que poderá escrever em sua redação”, aconselha. O professor explica que o principal conselho que dá em suas aulas é de sempre ter o texto estruturado antes de escrever uma letra que seja.

A professora Lorhaine Felipe Amaral, do cursinho Refferencial e colégio Dom Bosco, também recomenda que os estudantes se informem sobre os temas que acharem importantes e que façam esquemas de textos. “O que pode ser feito, para que não se sobrecarregue escrevendo textos, é fazer planejamentos textuais, para que ele possa colocar causas, consequências, medidas interventivas, dados, fatos sobre o tema. Fazer esquemas breves, para que também não fique muito cansado e tenha o corpo e a mente bem dispostos para a prova de domingo”.

Já a professora Ana Claúdia Marini da Silva, do colégio Raul Sans de Matos, aconselha memorizar citações filosóficas e na redação discorrer sobre obras literárias ou entrelaçar um fato histórico para justificar um padrão comportamental. “Os alunos devem dominar o gênero textual dissertativo-argumentativo, exigido há 20 anos pelo Enem”, ressalta.

Confira as dicas de temas para a redação:

Doenças erradicadas

Um assunto atual e com grandes chances para ser tema da redação do Enem neste ano é o controle de doenças antes erradicadas no Brasil, como o Sarampo. O palpite da professora Lorhaine é de que entrariam em discussão as campanhas de vacinação e a pouca adesão populacional.

“O candidato pode citar a Revolta da Vacina e os mitos relacionados à imunização. É preciso mostrar conhecimento no assunto, citar que nos Estados Unidos há pais que se mobilizam para vacinar as crianças, falar da falta de conhecimento da população”, explica. A professora ainda aconselha que o aluno faça uma sugestão de resolução do problema, como por exemplo, argumentar a necessidade de intensificar as campanhas em locais de grande circulação, como locais de transporte coletivo, parques, cinemas e shoppings.

Preconceito linguístico

A professora Ana Cláudia da Silva aposta no tema, já que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) tem veiculado em seu site a questão do preconceito de variação linguística. “Pode ser um bom tema para explorar a questão das diferenças sociais entre classes, demarcada pela variação da formação educacional, visível no jeito de falar das pessoas”, diz.

O professor Ale Jamil também sugere que o tema possa ser abordado e aconselha levar em consideração que o importante é conseguir se comunicar e que não há espaço para o preconceito. “Não devemos confundir norma culta com a língua portuguesa, a norma culta serve para padronizar e as variantes linguísticas representam a identidade cultural do brasileiro”.

Obesidade e hábitos alimentares

Para o tema, a professora Lorhaine recomenda procurar conhecimento sobre a obesidade no Brasil e relacionar com o sedentarismo. “Citar o capitalismo, sobre como hábitos voltados ao fast food e pouca prática física pode desencadear doenças. É bom falar sobre os riscos da alimentação baseada apenas em comida industrializada”, aconselha.

O tema é forte e o professor Ale Jamil também aposta no assunto. Para ele, a sugestão é citar as principais causas do problema, como a má alimentação, falta de educação alimentar, influência midiática com a alimentação calórica e o sedentarismo. “Pode colocar as consequências como as dificuldades no ir e vir, a exclusão social e também a questão dos problemas cardiovasculares”, diz.

Fake News

Outro tema em alta e com chances de ser assunto da redação é o das fake news. O tema foi bastante discutido nas eleições presidenciais no Brasil neste ano e nas eleições nos Estados Unidos, quando Trump foi escolhido como presidente do país. Para o professor Ale Jamil, é importante que os estudantes citem causas e consequências do tema. “Fake news tem como consequência a difamação e prejuízos à pessoa que a sofre. A causa disso é a impunidade e também a questão do egoísmo das pessoas, que observam seus próprios interesses”, citou.

Bullying

Para os professores Lorhaine e Ale Jamil, o bullying é outro tema com grandes chances. A professora do Dom Bosco e do Refferencial explica que o aluno pode citar como causa a impunidade e a pouca denúncia. “Os números têm crescido porque alunos que sofrem quase não divulgam, quando as pessoas ficam sabendo é ou porque ele fez vingança ou houve suicídio”, explica.

Para o professor do Nota 10, os estudantes devem citar que as causas do problema, como a falta de educação, de empatia e a impunidade na sociedade. Em contrapartida, o bullying tem como consequências as sequelas físicas, psicológicas e a exclusão social em crianças e adolescentes que sofrem com o problema.