Uma comissão formada por candidatos que prestaram o concurso da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul reclamou nesta quarta-feira (7) em contato com o Jornal Midiamax após aprovados impetrarem recurso na Justiça para manter a prova de digitação para reclamar do ato dos aprovados.

De acordo com a Comissão, que é formada também por aprovados e reprovados no teste, não houve igualdade na disputa com o vazamento da prova.

“Conforme relatado na Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Estadual, feita pelo promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, o conteúdo do texto aplicado na fase VI do presente concurso tornou-se público indevidamente (já no primeiro dia de avaliação e na primeira turma – 08 de setembro de 2018)”, sendo comprovada a fraude, segundo os candidatos.

“Os candidatos não foram submetidos ao teste aplicado na fase VI do presente concurso em igualdade de condições. Ressalta-se que a partir do boletim de ocorrência, foi feita a perícia pela Polícia Civil nos teclados. Por diversas vezes candidatos prejudicados tentaram ter acesso a essa perícia, porém a administração vem colocando inúmeros obstáculos aos candidatos até o presente momento, até mesmo negando o acesso”, informam.

“Queremos salientar que todos nós queremos a celeridade do certame. O atual déficit com aposentadorias e cargos vagos, demonstra insuficiência de policiais em delegacias de todo o Estado, e da extrema necessidade de policiais civis para a segurança da população”, diz a nota.

Recurso

Três candidatos recorrem no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) contra a decisão do juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, que suspendeu o concurso de agentes da Polícia Civil.

De acordo com o advogado Waldir Ferreira da Silva Filho, que assina o recurso, a suspensão pode causar grave lesão aos candidatos já aprovados na fase de digitação. Independentemente dos fatos ocorridos, a fase do concurso em questão era uma prova de capacidade e aptidão técnica, não de avaliação de conhecimento e/ou memorização, sendo indiferente a ciência parcial do texto que os candidatos seriam submetidos”, diz outro trecho do recurso.

A ação que pede a continuidade do concurso será julgada pela 3ª Câmara Cível do TJMS, com relatoria do desembargador Nélio Stábile.

Suspensão

O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, decidiu pela suspensão do concurso para os cargos de agente e escrivão de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul até que se avalie se a etapa da prova de digitação foi válida ou se deve ser anulada.

A decisão é do último dia 26 e o magistrado atendeu pedido de antecipação de tutela da ação civil pública impetrada pela 30ª Promotoria de Justiça. O MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) propôs a ação após divulgação do texto da prova de digitação, por uma das candidatas.

A prova de digitação correspondeu à sexta fase do concurso da Polícia Civil e foi aplicada entre os dias 8 e 9 de setembro. Os candidatos foram divididos em grupos, que se sucediam a cada meia hora, mas o texto era o mesmo para os dois dias de prova.

O Ministério Público considerou que o conteúdo do texto para avaliação foi idêntico para todos os grupos de candidatos e defende que o vazamento prejudicou a igualdade entre os concorrentes.