Wendy Tonhati e Dayene Paz

O prefeito Marcos Trad (PSD) deve decidir nesta sexta-feira (30), o valor do reajuste da tarifa do transporte coletivo em Campo Grande. O ‘passe de ônibus’ deve subir dos atuais R$ 3,70 para R$ 3,95, se o prefeito confirmar o valor indicado pela Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) – que é a responsável por fazer o estudo que define o percentual do reajuste anual.

“Eu vou receber do conselho [Conselho de Regulação da Agereg]. O conselho fala: o índice de reajuste é tanto. Eu vou examinar e vou comparar certinho o que o contrato fala”, explicou o prefeito durante agenda pública. Questionado quando seria feita a análise, Trad afirmou “ Hoje ainda. Tem que publicar hoje”, disse. O valor será oficializado após a publicação no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande).

Caso Trad confirme o valor de R$ 3,95, a tarifa de ônibus ficará 6,7% mais cara. O valor é mais alto do que a inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): 4,56% e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor): 4,00%.

A expectativa dos passageiros era de que o reajuste da tarifa seguisse a inflação, como o prefeito havia mencionado “Nenhuma tarifa, nenhum imposto será acima da inflação. Até agora, não tivemos nenhum aumento que tenha superado o patamar da inflação”.

O diretor-presidente da Agereg, Vinícius Leite, explica que o valor da tarifa também leva em consideração os valores: INPC, variação do preço do combustível, variação do salário do motorista, índice de desgaste dos veículos, definido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). “Vou levar para o prefeito ainda hoje”, informou Leite sobre o relatório feito pela agência.

Questionado sobre a situação do transporte coletivo de Campo Grande, alvo de reclamações diárias dos passageiros, Leite afirma que “estão todos insatisfeitos: população, o prefeito, o Consórcio”. O diretor-presidente da Agereg ainda adianta que o Consórcio Guaicurus já mencionou, informalmente, que pretende entrar com pedido de reequilíbrio financeiro do contrato.

O Consórcio Guaicurus pretende alegar que as condições atuais do mercado não são as mesmas do período da licitação. “O índice de passageiros está diminuindo ano a ano e não é suficiente para cobrir custos e as necessidade de reinvestimento do contrato, sob pena de devolverem a concessão”, informou o diretor-presidete da Agereg, que avaliou a possibilidade como ‘colapso’ no sistema de transporte.

Segundo Leite, o pedido de reequilíbrio teria sido condicionado, pelo prefeito de Campo Grande, ao não reajuste da tarifa com a possibilidade de desoneração de obrigações do Consórcio Guaicurus.