Quatro dias depois da queda de uma ponte em Bodoquena, a 260 km de Campo Grande, balneários e pousadas da região continuam isoladas. A ponte, localizada em uma estrada vicinal da MS-138, era o único acesso a uma região turística da cidade e ao Assentamento Canaã. A Prefeitura de Bodoquena até fez um desvio, mas a cheia do rio Salobra pode deixar os turistas e moradores completamente isolados nos próximos dias.

O professor e jornalista Edson Silva, de 61 anos, fez uma visita ao local neste domingo (30), mas desistiu de se hospedar na região, já que havia o risco de ficar isolado caso a chuva continue. “A Prefeitura fez um desvio que passa dentro do rio, jogou cascalho para que os carros pudessem passar. Como está chovendo, o rio Salobra subiu e não dá para passar de carro. Só com caminhonete, com grande dificuldade”, explica.

A Secretária de Turismo, Cultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Lejânia Ribeiro Malheiros, afirma que foi feito um aterramento para possibilitar que os carros passem pelo rio. Entretanto, a chuva preocupa e a orientação é que os turistas evitem a região. “Os outros passeios turísticos de Bodoquena estão funcionando. Nesta região temos dois pontos turísticos, o Refúgio Canaã e o sítio Vale do Paraíso. Infelizmente, é perigoso deixar os turistas irem para lá, não recomendamos”, diz a secretária.

Silva explica que este período do fim do ano é considerado alta temporada na região do Assentamento Canaã, mas o risco faz com que mesmo turistas vindos de longe desistam do passeio. “Se a gente vai, como volta? Aí você fica à mercê da natureza. Se continuar chovendo na região da cabeceira do Rio Salobra, será um isolamento total”.

O professor cita que dois funcionários da Prefeitura estão no local próximo ao rio para orientar os turistas sobre a passagem. A secretária de Turismo explica que uma tenda tem funcionários para monitorar o nível do rio e para orientar sobre a travessia. Antes, a recomendação era de alerta, mas depois da chuva deste domingo (30), os turistas são aconselhados a cancelar as reservas. “O que fizemos foi aterro provisório em um trecho do rio, mas se chove, o rio se eleva muito. Os empresários estão remanejando os passeios turísticos, reservas têm que ser canceladas”, diz.

A Secretaria de Obras do município deve retirar o caminhão nesta segunda-feira (31), mas ainda não há previsão sobre quando a ponte será reconstruída. Segundo Lejânia, a ponte já havia sito licitada para a construção. “Foi licitada com o Governo do Estado, isso está pronto, é só iniciar a obra. Entretanto, a construção de uma ponte leva 60 dias, no mínimo”, conclui. A secretária acredita que a queda da ponte não deve prejudicar o turismo do município, já que de 15 passeios turísticos, apenas dois ficam na região do Canaã.