A promessa de que o pagamento de salários, vale-alimentação e parcelas do 13° atrasados seriam realizados na última sexta-feira (21) por parte da , empresa terceirizada que executa serviços de limpeza aos órgãos públicos do governo do Estado, ficou apenas na promessa e com isso, os funcionários continuam sem receber.

O clima é de bastante preocupação, já que sem salário e tickets de alimentação, as pessoas estão com contas atrasadas e com dificuldades de colocarem o que comer sobre a mesa em suas respectivas casas.

Após Natal sem dinheiro, funcionários da Vyga pedem pagamento de 13º e salários
(Foto: Minamar Junior)

Algumas funcionárias estiverem em frente a empresa na manhã desta quarta-feira (26) para tentar resolver o atrito e reportaram ao Jornal Midiamax todas as dificuldades que estão tendo que passar neste final de ano.

Sem receber, Maria Nunes, 54 anos que trabalha no Hospital Regional, explica que praticamente, “estão trabalhando de graça”. No Natal, época de sorrir, abrir presentes, ela diz que sua ceia natalina não teve brilho. “Nossa ceia ficou apenas no arroz e feijão”, lamentou.

A falta de salário também atrapalha o pagamento dos alugueis de Maria Valdete, 41 anos e atualmente funcionária na SAD (Secretaria de Administração e Desburocratização). “Estou com dois meses de aluguel atrasado, o proprietário até me convidou para sair da casa”.

Uma delas, explica que a empresa obriga os funcionários a assinarem um termo para que saiam de férias – mesmo sem saber se irão receber os devidos pagamentos, e caso o funcionário se recuse a assinar, ele não sairá mais de férias.

Após Natal sem dinheiro, funcionários da Vyga pedem pagamento de 13º e salários
Claudenice ainda está com salários das férias atrasado, além de benefícios. (Foto: Minamar Junior)

“Não recebi salário das férias, ticket e duas parcelas do 13°. Eles realizaram promessas para o pagamento, mas até agora não pagaram” disse Claudenice Soares, 47 anos, funcionária na Fundesporte. “Queremos nosso direito”, implorou.

“Todo mês é a mesma coisa, se falar que pagou no tempo certo, o quinto dia útil, é mentira. Pagar certinho, aconteceu umas três vezes no ano”, disse uma das funcionárias.

Um cenário nada condizente com a realidade é reportado pelas funcionárias, que contestam suas reivindicações para receber seus salários, mas acabaram descobrindo que a empresa está contratando novas pessoas.

Elas ainda contam que até a sexta-feira passada, mais ou menos 90 pessoas entraram com um pedido de rescisão dos seus contratos e os pagamentos dessas rescisões fossem prioridade do dinheiro, deixando em segundo plano os atrasados. O Ministério do Trabalho foi acionado para tratar do caso, junto com o Steac/MS (Sindicato do Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação de Mato Grosso do Sul).

Pessoas do bem

As funcionárias contaram que nesse mês de dezembro, os servidores dos órgãos no qual trabalham, sabendo da dificuldade que elas e outras pessoas estão passando, realizaram uma “vaquinha”. O valor foi utilizado para fazerem compras de cestas básicas e dar a elas o que comer na falta de seus salários e tickets.

Por algumas vezes, alguns servidores tiravam do próprio bolso se disponibilizavam e recarregavam o vale transporte, que também ficava atrasado e impossibilitava delas irem cumprir seus serviços.

O que diz a empresa

As funcionárias alegam que a empresa nesta quarta-feira, abriria para atendimento somente às 12 horas, posição dada pela supervisora. E que a última palavra firmada pelos responsáveis “seria para aguardar”. E uma das justificativa era de que o repasse do dinheiro feito pelo Governo do Estado não foi realizado.

Procurada pelo Jornal Midiamax, a empresa não atendeu aos telefonemas até o fechamento desta matéria.

Quase R$ 20 milhões

Em 2018, a empresa Vyga – Prestadora De Serviços De Conservação E Asseio Ltda teve o valor de R$ 19.948.821,90 empenhados para a execução de limpeza, conservação e outros serviços aos órgãos do governo do Estado. Desse valor, R$ 19.016.912,95 já foram liquidados, ou seja, estão na iminência de serem pagos. Efetivamente depositados à empresa, estão R$ 18.052.516,23, conforme o Portal da Transparência.