Animal ficou em cima de pé de jaca mais de 24 horas

A , resgatada de cima de uma árvore no bairro na Vila Rosa em Dourados, cidade a 225 quilômetros da Capital, já voltou para a natureza. A Semagrou (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) informou, nesta quinta-feira (1º) que o animal foi solto no fim da tarde de quinta-feira (31) depois de passar por avaliação dos veterinários.

Conforme a nota da secretaria, após os exames foi constatado que o animal estava bem. Um vídeo mostrando a soltura do felino foi feito pelos veterinários do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Lucas Azuaga e Lucas Cazati, onde a onça deixa rapidamente a gaiola e parte para a mata fechada, em .

Os veterinários do instituto que participaram do resgate e ajudaram nos cuidados, explicam que a situação deixou lições preciosas. Para Lucas Azuaga, a maior dessas lições a importância das pessoas saberem se comportar quando recebem a visita de um animal silvestre, o que está se tornando cada mais frequente.

Segundo o veterinário, a onça deve ter caminhado mais de 10 quilômetros durante a noite de segunda-feira (29), partindo desde a mata mais próxima da cidade até o local em que ela procurou abrigo, já na noite de terça-feira. 
De acordo com o veterinário Lucas Casati, o comportamento da população em relação ao animal foi preocupante. “Parecia final de Copa do Mundo. Teve um momento que havia mais de mil pessoas, todos querendo chegar cada vez mais perto. Tinha gente que jogava limão na onça”, disse.

 Conforme os veterinários que trabalham no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), o animal por estar assustado, poderia ter saltado da árvore e ter atacado as pessoas ao redor por reflexo instintivo.Após dois dias em cima de árvore, onça-parda retorna à natureza

Na ação para conseguir resgatar o animal, estiveram presentes PMA (Polícia Militar Ambiental) além de técnico de uma universidade, que haviam tentado sedar a onça antes da chegada dos veterinários da Capital. “Nós disparamos quatro”, conta Lucas Azuaga.

Depois da captura, o animal foi levado para o Hospital Veterinário da Unigran, onde passou por exames clínicos e teve um pequeno ferimento suturado. Conforme os veterinários, se tratava de um macho com idade entre 3 a 4 anos e pesava cerca de 60 quilos.

“Deixamos ela em observação para ver se não estaria claudicando ou apresentar outro problema após passar o efeito do anestésico. Como aparentava estar bem, levamos para fazer a soltura”, conta o veterinário.

Invasão a áreas povoadas

Para Casati, esse tipo de visita está cada vez mais comum e pode estar relacionado com a diminuição das florestas além da pouca oferta de comida, o que leva os animais a fazer longas caminhadas, invadindo áreas povoadas. “A onça dificilmente ataca as pessoas porque têm muito medo do humano. Mas podem aprender a caçar animais domésticos, como carneiros. O que acaba acontecendo é que viram alvo fácil dos caçadores”, conta Lucas Casati.

De acordo com a Semagro, o CRAS abriga 10 onças-pardas que chegaram ao local filhotes e acabaram domesticadas demais, sem chances de retornar a viver na natureza. “Normalmente são filhotes cujas mães foram mortas porque estavam caçando em fazendas”, lamenta o veterinário.