A PC-MS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) afirmou estar ciente da situação enfrentada na DP (Delegacia de Polícia) de , que foi alvo de denúncia do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) na última quinta-feira (3).

De acordo com a delegada Sidnéia Tobias, que está à frente da comunicação do órgão, a situação denunciada pelo sindicato, na qual policiais enfrentam problemas de infraestrutura e estão em desvio de função, é recorrente também em outras unidades policiais do Estado.

Conforme o Sinpol, o problema na DP de Sidrolândia é crônico, ocorrendo há mais de dez anos. E além da falta de efetivo, o desvio de função a que policiais civis são submetidos resulta na lentidão das investigações. É que a unidade tornou-se uma espécie de mini-presídio, na qual presos receberam até climatizadores, freezer e televisores. Com isso, sobra aos investigadores o papel de gerenciar a carceragem.

Superlotação de presídios

De acordo com a delegada, no entanto, a situação está relacionado à superlotação dos presídios de Mato Grosso do Sul e também à morosidade do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), já que os presos ficariam sob a guarda da polícia civil pelo menos até a instrução de julgamento, o que pode demorar até meses.

“Os policiais civis, de fato, ficam em desvio de função e a grande consequência é a pouca agilidade nas investigações, já que eles acabam tendo que fazer a função de agentes penitenciários”, destaca Sidnéia Tobias, que também afirma que o ideal seria que os presos ficassem sob a tutela da Agepen (Agencia Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) tão logo o prazo máximo de 30 dias se extinguisse.

“Assim, os presos ficariam nas condições apropriadas, com direito ao banho de sol, às visitas, aos programas de ressocialização e a outros serviços penintenciários. Da mesma forma, os policiais poderiam se dedicar à atividade-fim, que é a investigação”, explica a delegada.

Concurso em andamento

De acordo com a , o delegado-geral da PC-MS, Marcelo Vargas Lopes, já intercedeu pelos policiais civis junto à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e o problema do pouco efetivo terá alívio em breve, já que mais de 70 delegados estão em formação.

“Deste total, 30 serão convocados e o restante ficará em cadastro de reserva. Após o período eleitoral, também haverá convocação de investigadores e escrivães”, destaca a delegada.

O problema da infraestrutura das unidades também passa a ser amenizado após a sanção de lei estadual 5.139/17, que destina parte dos recursos do Funresp-MS (Fundo Especial de Reequipamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ao aperfeiçoamento e à modernização da PC-MS.

“Esse recurso permite que façamos reparos, consertos e manutenções em unidades sem precisar licitar ou relacionar a uma grande reforma”, conclui.