Território de conquistas, assentamentos deram origem a novas cidades em MS
O Estado conta com 48 assentamentos
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O Estado conta com 48 assentamentos
Cidades cresceram, outras surgiram, todas alavancadas pelos assentamentos rurais. O Estado conta com 48 assentamentos, distribuídos em 46 municípios e tem 27.831 mil famílias assentadas, um capítulo importante dos 40 anos de Mato Grosso do Sul, que é contada por quem fez da propriedade um território de conquistas e esperança.
O Complexo do Itamarati, em Ponta Porã, um dos principais símbolos da Reforma Agrária no país, e até ganhou título de distrito. Implantado em 2002 numa área de 25.ooo ha, o lugar abriga mais de 16 mil pessoas e tem estrutura de município; possui três postos de saúde, sendo um deles 24 horas, escola pública e posto policial.
O comércio forte ajuda no desempenho da economia local, colocando o assentamento em 38º economia de Mato Grosso do Sul. No Estado há 79 municípios. A pecuária também se destaca, são criadas 36 mil cabeças de gado e 500 de ovelha.
Há três décadas, a atual área de Novo Horizonte do Sul era ocupada por duas fazendas. Em 1996, o Incra desapropriou os imóveis para destiná-los a 759 famílias de brasiguaios em retorno do Paraguai. Seis anos mais tarde, em 1992, o empreendimento acabou sendo desmembrado do município sede, Ivinhema, junto com algumas glebas e fazendas.
A notícia do assentamento promissor se espalhou pela região e atravessou a fronteira como Paraguai e atraiu novos moradores para as lavouras e centro urbano. A produção leiteira do município oscila em torno de 35 mil litros diários, dependendo do volume de chuvas. Três laticínios, um deles instalado em Novo Horizonte do Sul, são os principais destinos.
Quem viu a cidade crescer com a chegada dos assentamentos da Reforma Agrária foi o agricultor Antonio Alves, 54 anos, assentado no Sul Bonito, em Itaquiraí. “Os comerciantes da cidade se estruturaram a partir dos assentamentos, fomos a prova disso, a volta do povo para a área rural movimentou o comércio porque o dinheiro dos assentados fica na cidade, diferentemente da propriedade, que gera renda, mas para outros lugares”, explica. “Em 1994 as prateleiras dos comércios ainda eram de verniz e casa de madeira, a cidade cresceu”.
Criado em 1996, o lugar surgiu da desapropriação da empresa Água Mansa LTDA., de 6,6 mil hectares. Da terra sem uso foram construídos 421 lotes, organizados inicialmente por movimentos sociais como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), que representa 2.923 famílias no total.
Falta de investimentos
Sem financiamentos ou assistência técnica, os pequenos agricultores não conseguem sobreviver da lida no campo. O projeto de lei orçamentária do governo federal para o ano que vem conta com cortes de 3%, mas as reduções são bem mais significativas: A retração de investimentos para assistência técnica e extensão rural – para a manutenção dos assentamentos –, pode chegar a 86%.
“Tinha criação de peixe, faziam filé e vendiam para a merenda da escola, o governo federal comprava. Agora tem que levar em Mundo Novo, para o frigorífico”, conta o agricultar, explicando que não conseguiu a tecnologia para continuar na produção. “Produção de leite é ainda o que sustenta a gente, paga as nossas contas”, diz.
Atualmente, no cadastro do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), há aproximadamente 29 mil pessoas esperando por terra em Mato Grosso do Sul.
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