Prefeitura quer reorganizar escalas dos servidores municipais da saúde
Uma auditoria realizada nas escalas e folhas de ponto de servidores da Sesau (Secretaria municipal de saúde pública), realizada pela administração, constatou uma ‘farra’ de plantões, principalmente de médicos, conforme alegou a assessoria de imprensa da Secretaria. As irregularidades, de acordo com a administração, motivaram reorganização das escalas, e os servidores temem redução de salário e prejuízos aos serviços prestados.
A Prefeitura explicou que não vai cortar os plantões dos servidor. A assessoria da Sesau alega que os registros de frequência de alguns médicos, residentes e enfermeiros apresentaram disparidade de horários.
A assessoria citou como exemplo plantões de residentes registrados em horário que “deveriam estar cumprindo a residência”, ou seja, que não estariam trabalhando no expediente extra. O problema, ainda assim, é antigo, já que não há ponto eletrônico. A Sesau também afirma que a diminuição dos plantões, é, na verdade, uma readequação e explica que a administração vai identificar quais escalas podem ser complementadas.
Preocupação
Servidores efetivos da Sesau relatam preocupação com supostos cortes em plantões. A diminuição do trabalho extra, de acordo com eles, deve afetar diversos setores – da vigilância até as unidades de saúde – e já é ‘ventilado’ pelas chefias dos setores.
“Cada hora aparece um pouco de gente falando isso. No meu setor a minha superiora disse que estão querendo fazer. Em outros setores também tem acontecido, nas unidades de saúde. Cada chefia vai tentar fazer uma redução, só que infelizmente não tem mais onde reduzir. Todo mundo já reduziu, já tem três anos que está reduzindo, e que não tem reajuste e já teve redução de plantão”, contou uma funcionária do setor de vigilância em saúde, que preferiu não ser identificada.
A funcionária conta que as reduções já foram realizadas e que o setor está preocupado com a pressão para reduzir ainda mais. Os plantões variam conforme o nível de formação, conforme relatou. O valor de um plantão pago a um funcionário graduado, de acordo com ela, é de R$ 470, metade do é pago aos médicos, conforme explicou.
A questão também esbarra na falta de incentivo dos servidores. Os plantões, criados para suprir suposto déficit de funcionários da rede pública municipal, acaba cumprindo outra função para os servidores: a financeira. Isso porque, sem reajuste há 3 anos, as categorias municipais encontram no ganho extra uma saída para as despesas, conforme explicam.
Postos 24h
Os cortes do serviço público municipal também afetariam unidades de saúde do município, os postos de saúde 24h. A funcionária afirmou que há intenção da Secretaria de que as unidades fossem fechadas, por não terem auxílio da União. A assessoria da Sesau negou previsão ou datas, mas não descartou a possibilidade e explicou que o assunto já foi discutido. De acordo com a assessoria, a questão “gerou um burburinho entre os servidores porque foi dito que esses serviços que não tem o financiamento do ministério da saúde tem a necessidade de serem readequados, mas não significa que serão extintos”. O motivo, conforme alega a Prefeitura, é desonerar o tesouro municipal.