Santa Casa alega atraso no repasse da Prefeitura

Enquanto a queda de braço entre a Prefeitura e a Santa Casa não tem data para terminar, a falta de repasse do município fez com que milhares de funcionários ficassem sem o pagamento do mês de maio, que está atrasado. Enfermeiros e funcionários do administrativo cruzam os braços, na quinta-feira (11), por tempo indeterminado e só voltam às atividades “quando o salário cair na conta”.

Eles criticam a administração municipal. “A categoria acreditava que esses atrasos teriam um fim, mas lamentavelmente o problema continua. A é a única alternativa, afinal, não dá para ficar esperando a boa vontade do prefeito em resolver a situação, os trabalhadores têm os seus compromissos financeiros, muito são chefes de família e necessitam dos seus salários para prover seus lares”, criticou Lázaro Santana, presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul).

A Prefeitura nega que o repasse esteja em atraso. Por meio da assessoria de imprensa, a administração afirmou que “o município recebe os recursos do Ministério da Saúde entre os dias 10 e 15 de cada mês, e até o momento não foi feito”. “Portanto, assim que esse recurso for encaminhado, o pagamento será feito à instituição, assim como acordado”, declarou.

A Santa Casa, no entanto, afirma que a administração ainda não assinou o novo contrato com a entidade. O aditivo de 3 meses reivindicado pela administração venceu no dia 31 de março. Segundo a direção da Santa Casa, o hospital recebe em média R$ 23 milhões, deste valor R$ 20,2 milhões são de repasses feitos pelo Ministério da Saúde, governo do Estado e Prefeitura. O restante é adquirido por meio de convênios e atendimentos particulares.

“Agora a tarde eu estava reunido com a secretária adjunta de Saúde e a resposta foi que eles não conseguiram finalizar o contrato”, complementou Lázaro.

Cerca de 950 trabalhadores do setor administrativo devem cruzar os braços, segundo o presidente do Sintesaúde (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde) Osmar Gucci.

“É uma luta de todos os trabalhadores, independente da categoria, é questão de pagamento, não é negociação nem nada, estamos nos organizando pra fazer a paralisação, por tempo indeterminado. É um ato contra a Prefeitura, porque não é possível, a Santa casa não tem recurso para efetuar a folha de pagamento. O prefeito não está entendendo a situação, a população perde, a sociedade perde. E o trabalhador não pode pagar essa conta”, declarou Osmar.

Conforme o Sinmed-MS (Sindicato dos médicos de Mato Grosso do Sul), a categoria irá definir a paralisação em assembleia. Além da falta de pagamento dos médicos da Santa Casa, a Prefeitura deve lidar com a paralisação dos médicos que atuam na Rede municipal de saúde, já que a negociação salarial da categoria está emperrada junto à administração.