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Cotidiano

Sem melhorias há anos, situação de ônibus e terminais da Capital é de desleixo

Wifi não funciona, banheiros estão impraticáveis e pontos que não oferecem abrigo 
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Wifi não funciona, banheiros estão impraticáveis e pontos que não oferecem abrigo 

As reclamações de usuários e denúncias de má qualidade do serviço são constantes. Leitores diários pediram e a reportagem do Jornal Midiamax embarcou nos ônibus para presenciar a deficiência do em – comandado pelo Consórcio Guaicurus -, que não recebe investimentos há 4 anos. Nos terminais de transbordo é possível confirmar que o setor, embora um dos mais lucrativos, não prioriza seu principal cliente: o passageiro. Há atrasos, superlotação e falta de conforto, apesar do  alto da preço da passagem, de R$ 3,55.

Visitamos na última sexta-feira (20), três dos 11 terminais de transbordo em operação – Morenão, General Osório e Hércules Maymone -, e não há como negar o estado de desleixo em que se encontram os três locais. Além das pichações, é difícil acreditar que alguns tem menos de 10 anos de existência, como é o caso da unidade localizada na Rua Joaquim Murtinho. Usar os banheiros é um ato de coragem, devido ao mau cheiros e as péssimas condições.

Os vendedores ambulantes transformaram os terminais em verdadeiros centros comerciais, e ainda não é claro o que é permitido, ou não. Em um dos momentos, um homem identificado como membro de uma comunidade religiosa, entrou em um veículo da linha 080 (Aero Rancho/General Osório) para vender seus produtos, e aparentemente, causou incomodo nos passageiros. Durante os 5 minutos que permaneceu dentro do ônibus, anunciando o seu produto, o rapaz não foi incomodado por ninguém da fiscalização, e antes de sair do carro, ainda agradeceu ao motorista.

Hércules Maymone – Inaugurado em 2009, é  o mais novo da cidade, mas seu estado de conservação é ruim. Uma única pessoa é responsável pela limpeza em cada turno, o que não é suficiente para dar conta da demanda.

– Morenão – Há dezenas de vendedores no local, onde são vendidos desde alimentos caseiros a roupas. Há uma cabine de informação desativada há anos e o único bebedor está desativado.

– General Osório – O local é o mais organizado dos três visitados, é amplo, no entanto, não oferece qualquer conforto aos passageiros. Há comércio livre também.

Apesar das dificuldades para dar contas dos terminais de ônibus, ao Prefeitura de Campo Grande revelou que planeja e estuda a construção de mais 4 unidades. A ideia, pelo menos no papel, é implantar na Avenida Ministro João Arinos (Terminal Tiradentes); Avenida dos Cafezais no bairro Los Angeles (Terminal Cafezais); e região Tamandaré (São Francisco) e mais um outro na área do populosa do conjunto Parati.

Escassez de investimentos
 
Há quase cinco anos a frota do transporte não tem um ônibus novo, o último foi comprado em 2012, os chamados Bus Rapid Transit’, (BRT); cada carro custou R$ 900 mil. O preço alto da compra foi justificada com o conforto que seriam oferecidas, como climatizadores e internet via Wireless – puro luxo perto dos carros em circulação. A propaganda está fora da realidade, nenhum dos carros anunciados estão climatizados e a maioria verificados  estavam com as janelas abertas durante o percurso.

Um funcionário do Consórcio que preferiu não ser identificado explicou que o sistema de climatização não aguenta a superlotação dos veículos. “Era para 70 pessoas, tem 110”. A  internet também não aguenta o numero alto de acessos, e por isso não funciona.

A apuração constatou  também a ausência de conforto nos ônibus, são carros antigos, barulhentos  e fora do padrão esperado. Não há lixeiras, por exemplo. Isso sem contar que em praticamente todas a as linhas verificadas haviam mais de dez passageiros em pé por falta de poltronas devido a superlotação – até mesmo nos horários considerados fora do pico. Dentro dos carros a impressão é de sujeira; bancos sem estofado e pichações.

Em dia de chuva o passageiro tem que tomar cuidado para não se molhar. “Só falta a gente abrir uma sombrinha aqui dentro”, brincou uma passageira. Por contrato, as concessionárias têm de manter sua frota com idade de até 10 anos, enquanto o tempo médio de vida desses veículos é de seis anos

O prefeito Marcos Trad (PSD) anunciou a compra de 100 novos ônibus para a frota, que devem começar a roda no próximo mês de abril. Em novembro passado, o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) também tinha feito o mesmo anúncio, mas não cumprido. Campo Grande tem exatamente 595 veículos em circulação. Um ônibus novo custa, em média, R$ 300 mil. Já o modelo articulado, que tem capacidade para transportar 120 passageiros pode chegar a custar R$ 1 milhão.

Com o que a empresa arrecada por mês com o transporte, hipoteticamente, seria possível adquirir 20 novos carros mensalmente. Caso sejam transportados 200 mil pessoas por dia, ao longo de 31 dias, o número leva a projeção de receita de R$ 20,1 milhões, na hipótese de que todos se enquadrem como pagantes. Desta quantia, 0,3% é repassado a Agetran e Agereg.

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