Um casal ficou desabrigado

Sem posicionamento por parte do poder público, moradores da favela do Linhão e da comunidade indígena Estrela da Manhã, localizadas no Jardim Noroeste, no leste de , se uniram para amenizar os prejuízos em decorrência do temporal que atingiu a cidade na tarde dessa terça-feira (15). Um casal ficou desabrigado, no entanto, outros moradores optaram por deixar os barracos.

Na manhã desta quarta-feira (16), equipe de reportagem do Jornal Midiamax esteve no local e foi informada de que ao menos quatro moradias foram destelhadas na favela do Linhão, onde residem cerca de 94 famílias, somando em torno de 400 moradores, sendo 75 crianças.

Líder da comunidade, Giuliano de Souza Rosa, afirma que os vizinhos e familiares se uniram e os barracos destelhados já forma cobertos. “Não apareceu ninguém da Prefeitura. Estamos só por Deus aqui. Ligamos ontem e disseram que não era só a gente que estava com problemas, mas a cidade inteira”, relata.

 Cleber Gellio

Emily Priscila, de 22 anos, mora em um dos barracos com o marido, de 20 anos. Durante o temporal, parte da moradia foi destelhada. “Eu não estava em casa, meus vizinhos me ligaram e avisaram. A gente não recebe nenhuma ajuda do poder público, tive de pedir para o meu me ajudar a comprar telhas para arrumarmos. Se ele não pudesse, teria de pegar emprestado com alguém. Aqui a gente vai segurando como pode”, afirma.

Outros três barracos destelhados foram cobertos com lona. Os moradores dizem que os vizinhos se uniram para resolver o problema.

 Cleber GellioNa comunidade indígena Estrela da Manhã, onde moram cerca de 200 pessoas, um casal teve o barraco totalmente descoberto e ficou desabrigado. 

Sem condições de permanecer no local, Mauro César Matos Oliveira, de 42 anos, e a mulher Kely Veiga Luz, de 33 anos, buscaram refúgio em uma vizinha. 

Segundo o morador, cama, colchão, geladeira e até as roupas foram danificados. “Quando cheguei minha casa estava devastada, tudo destruído. Agora precisamos arrumar, mas  não tenho condições”, lamenta.

“Fiquei muito triste, abalada, mas ao mesmo tempo dei graças a Deus porque não tinha ninguém em casa”, frisa a mulher.

O cacique, Josué Augusto Nimbu, ressalta que há cerca de quatro meses participou de uma reunião com representantes da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) e que na ocasião houve promessa de que os moradores seriam remanejados para uma área loteada no bairro. “Prometeram lotes e estamos na expectativa. Disseram que seremos removidos, mas até agora nada”, observa. 

Mais cedo, o chefe de Divisão de Operações da Defesa Civil, Lenirdo Pedroso de Almeida, disse à reportagem do Jornal Midiamax que uma equipe iria às comunidades ainda pela manhã, o que não ocorreu.

 Cleber Gellio

Questionado sobre o motivo pelo qual a Defesa Civil não esteve no local, o chefe de operações reforçou que vai às comunidades, mas teve de atender outras ocorrências, ainda em decorrência do temporal. Ele adiantou que em ambas as comunidades será necessário trabalho da Secretaria de Assistência Social.

“Nem tudo é solucionado pela Defesa Civil. Nessas comunidades o mais importante é a assistência social. Iremos lá e vamos relatar tudo à Secretaria responsável”, explicou.

TemporalSem ajuda, comunidades se unem para driblar prejuízos deixados por temporal

Temporal que atingiu Campo Grande na tarde de ontem provocou queda de árvores, destelhou casas e derrubou até uma torre de transmissão de internet à rádio – de 40 metros

O meteorologista, Natálio Abrahão, afirma que os ventos chegaram a mais de 100 km/h (quilômetros por hora) em poucos minutos e foi estabilizado.

De acordo com o relatório informado hoje, 74 descargas elétricas foram registradas durante a chuva que deve continuar com menos intensidade. A previsão é de que em Campo Grande chova 38,1 milímetros durante o mês de agosto.

 Cleber Gellio