Valor teria sido repartido entre 9 empresas
O comando da empresa Selco Engenharia Ltda., por meio do advogado Fernando Miralt, disse na manhã desta terça-feira (3), que o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), errou ao interpretar os números que revelam os recursos financeiros destinados às empreiteiras que tocam, na cidade, o chamado programa Tapa-Buracos.
Ontem, segunda-feira (2), Marquinhos disse em coletiva de imprensa, que a Selco recebe da prefeitura em torno de R$ 50 milhões anuais, média de R$ 4,2 milhões por mês, para executar o serviço.
O advogado informou que o valor citado pelo prefeito equivale ao total do contrato anual e que o dinheiro era repartido entre nove empreiteiras que tinham vencido a licitação pelo serviço. Isto é, se repartido o recurso de modo igual, a Selco receberia entre R$ 5 e 6 milhões no ano.
Fernando Miralt, o advogado da Selco, disse ainda que a prefeitura, sob a gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (PP) deixou de pagar parcelas do serviço efetuado e isso ‘quase quebrou’ a empreiteira.
O advogado informou também que os contratos envolvendo a Selco e as outras oito empreiteiras que agiam no programa foram firmados ainda na gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB), irmão de Marquinhos, que administrou a cidade entre 2005 a 2012.
A execução dos serviços era reiterada por meio de termos aditivos de contratos, ou seja, por renovação.
Ainda segundo o advogado Fernando Miralt, ano passado, a gestão de Bernal promoveu uma licitação e sete empreiteiras, Selco entre as quais, venceram. Nesta disputa, a prefeitura disponibilizou R$ 51 milhões – dinheiro por todo o serviço – para que os buracos fossem tapados.
NA JUSTIÇA
No entanto, uma das empreiteiras envolvidas no pleito, a RR, discordou de normas aplicadas na licitação e foi à Justiça, que suspendeu a concorrência, por força de liminar (decisão provisória).
A empreiteira Selco virou notícia nacional dois anos atrás por suspeitas de que operários da empresa estariam, para receber mais dinheiro, tapado até buracos que não existiam.
A Selco enfrenta também processos judiciais por atraso nos salários de empregados.
