Aprovados apostam em ‘proteção de Deus’ nos presídios

Entre os 435 novos agentes penitenciários aprovados no concurso promovido pelo governo de Mato Grosso do Sul, já prontos para a nomeação, ao menos a metade mora no interior, ou em outros Estados. Atraídos pelo salário (em torno de R$ 3 mil mensais) e estabilização trabalhistas, eles apostam na capacitação que tiveram e “em Deus” para encarar uma das profissões que mais exigem atenção hoje em dia.

Embora ainda não saibam ao certo a data da nomeação, integrantes do governo acreditam que isso deve ocorrer logo porque os presídios exigem efetivação urgente. Curso superior foi uma das exigência do concurso público.

“Estamos extremamente capacitados, sabemos que os presídios vivem uma situação difícil, no entanto, estamos cheio de energia para contribuir com a segurança pública”, disse Taciane Peres, formada em jornalismo.

Quanto as recentes rebeliões promovidas em presídios brasileiros, somente em janeiro,  com mortes de ao menos 130 encarcerados, Taciane disse estar preparada.

“É um trabalho que exige precaução quanto a segurança, mas estamos preparados para enfrentar situação de risco. Atentos com a postura, disciplina e, claro, pedimos a proteção de Deus. Vamos levar numa boa”, afirmou a jornalista, agora agente penitenciária.

Luiz Anselmo, outro pronto para a efetivação, deixou a cidade onde mora, Iguatemi, a 460 quilômetros de Campo Grande, para enfrentar o que chamou de “grande desafio”.

Ele disse estar pronto para assumir o cargo e já revela como vai se comportar: “em alerta, preparado”. Os aprovados fizeram cursos sobre direitos humanos, cidadania, legislação, gerenciamento de crise, defesa pessoal, normas, rotina prisional, primeiros socorros, entre outros.

Dois novos agentes consultados pela reportagem, que preferiram não se identificar por “questão de segurança”, disseram, acreditam que com os cursos e treinamentos a que foram submetidos, mais “a proteção de Deus”, é a “dose certa” na empreitada profissional. 

Ainda segundo o governo, dos 435 agentes, 70% (cerca de 300) vão atuar na área de segurança e custódia dos presos, 20% na administração e finanças e 10% na assistência e perícia.

Atualmente, 1.379 servidores atuam nas 47 unidades penais de Mato Grosso do Sul, além das escolas penitenciárias, patronatos e sedes administrativas.

Fotos: Mariana Anjos