Casa de Leis recebe audiência sobre transpore

A audiência realizada na tarde desta quinta-feira (23), sobre transporte privado em Campo Grande, na Câmara Municipal, registrou tumulto. Ao realizar um discurso na tribuna, o empresário e representante do setor de táxis, Eduardo Juliace, foi vaiado por um Plenário lotado.

O presidente da Casa, João Rocha (PSDB) teve que intervir e pedir calma aos presentes. Juliace relatou, ao utilizar o microfone, que as empresas “são fruto de trabalho e esforço”, momento em que as pessoas, revoltadas, começaram a vaiá-lo. O empresário tentou continuar com a fala, dizendo que a atividade “gera emprego e renda” e que “tudo que recebe de incentivos ficam na Capital”, ao tentar explicar que o setor investe economicamente na cidade. 

João Rocha tentou intervir, declarando que a audiência tem o objetivo de ouvir todas as partes e que o prefeito “precisava de todas as opiniões”. Juliace tentou retomar o discurso, mas gritos de “máfia” ecoaram no Plenário.

“Essa explicação que as pessoas dizem é fantasiosa, não existe, o objetivo é criar um sensacionalismo com o propósito maior de criar uma vitimização para conseguir alvará”, reclamou ele. A questão do oligopólio dos alvarás para operar o serviço tem sido assunto recorrente na cidade.

Os ‘curiangos’, motoristas auxiliares que pagam diárias aos proprietários regularizados pela administração municipal, relatam a situação. Segundo eles, a única saída para que todos trabalhassem em pé de igualdade seria acabar com o oligopólio dos alvarás que existe há anos na cidade. Juliace negou a situação, e apenas confirmou que os auxiliares pagam aluguel do carro conforme a quilometragem realizada pelo veículo.

Ele tentou explicar que, caso ocorra a liberação de mais alvarás, o lucro dos empresários diminuiria, e citou um exemplo em que o número aumente para 590. Hoje, são 490 alvarás. “Hoje, cada carro roda cerca de 130 por dia e a soma disso no dia é de 64 mil km rodados por dia. Se for dado mais permissões vai impactar. Se aumentar pra 590 vai ser dividido”, afirmou. 

Juliace declarou-se “favorável às concessões”, mas afirmou que “existe hoje muito bla bla bla e é preciso considerar o impacto. É preciso ser cauteloso e fazer um levantamento dos problemas”. “Máfia não existe porque máfia integra violência e agressão e remete a natureza criminosa, hoje nós cumprimos tudo que a lei exige e investimos aqui”, concluiu.