Sonho da virou dor de cabeça 

O sonho da casa própria virou dor de cabeça para quem recebeu apartamento no recém-inaugurado condomínio Jardim Canguru, localizado no bairro de mesmo nome em , do ‘Minha Casa, Minha Vida'. Após a longa espera de dois anos, os imóveis começaram a ser entregues em 27 de abril, mas dias depois surgiram as rachaduras e infiltrações. 

A grande maioria dos problemas identificados está relacionada com falhas ou deficiências dos ambientes por causa da incidência de água. O conjunto habitacional estava pronto desde janeiro do ano passado e tem 274 apartamentos divididos em 15 blocos. Recebeu o investimento de mais de R$ 17,7 milhões à época, e faz parte do projeto de desfavelamento da cidade. No local moram hoje famílias que residiam na favela Cidade dos Anjos.   

A fragilidade de parte dessas construções ficou evidente três dias após a mudança para a família da costureira Lucimara dos Santos, 36 anos.  “Não podemos acender a luz do banheiro porque tem curto, entra água na lâmpada toda vez que ligamos o chuveiro”. Ela disse ter entrado em contato com a construtora, mas como o problema atingiu diversas casas, os moradores terão que esperar “a vez”. 

 “Estamos tomando banho na pia porque não dá para abrir o chuveiro, mas temos problemas até na sala. Até a pintura está descascando”, conta Raquel dos Santos, aposentada. 

Procurada pela reportagem, a EMHA (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) informa que de acordo com as prerrogativas estabelecidas por Lei pelo Programa , a empreiteira responsável pela obra do Residencial Jardim Canguru (Coplan Construções, Planejamento, Indústria e Comércio Ltda) concede obrigatoriamente a garantia sobre quaisquer problemas estruturais destes imóveis, tal qual acontece como os demais do MCMV. “Os moradores estão cientes sobre a garantia dos imóveis e os procedimentos para solicitar os consertos quando da vistoria obrigatória dos apartamentos – etapa que precedeu a assinatura de contratos e entrega das chaves”.